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Salvador Nogueira

Nasa quer quebra-galho para lançar Artemis 1 ainda em setembro

Caso tudo dê certo, agência espacial poderia fazer nova tentativa no dia 23

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A Nasa está fazendo um último esforço para tentar lançar a missão lunar Artemis 1 ainda em setembro, em essência solicitando que a equipe independente da Força Espacial responsável pela segurança de voo nos arredores de Cabo Canaveral, Flórida, quebre um galho na certificação do mecanismo que permite a detonação remota do foguete caso ele pegue o curso errado.

Do jeito que tudo está agora, a agência não tem escolha senão levar o SLS e a cápsula Orion de onde estão agora, na plataforma 39B do Centro Espacial Kennedy, para o VAB (prédio de montagem de veículo), a fim de recertificar a bateria do sistema de detonação remota. A certificação original (em essência, a garantia de que ela tem carga suficiente para operar o sistema) era de 20 dias.

Durante a última campanha de lançamento, que contou com duas tentativas interrompidas antes do fim da contagem em 29 de agosto e 3 de setembro, a Nasa já havia solicitado à Força Espacial, que controla a segurança do lançamento, uma extensão de 20 para 25 dias. Naquela ocasião, liberaram. Agora, a agência precisa de uma extensão ainda maior, superior a 40 dias. O pedido foi feito na quarta-feira (7).

O foguete SLS e a cápsula Orion, da missão Artemis 1, repousam na plataforma 39B, no Centro Espacial Kennedy (Flórida)
O foguete SLS e a cápsula Orion, da missão Artemis 1, repousam na plataforma 39B, no Centro Espacial Kennedy (Flórida) - France Presse

Vale ressaltar que esses prazos de certificação são sempre conservadores. O fato de terem se passado mais de 20 dias desde que a bateria do sistema foi carregada e testada não quer dizer que ela esteja de fato sem carga suficiente. Provavelmente ainda está e estará quando se abrem as próximas janelas de lançamento.

Ainda assim, é o tipo da coisa com que a equipe responsável pela segurança não costuma arriscar. "Na minha época, eu fui de chapéu na mão várias vezes pedir que mudassem uma regra em nosso favor", comentou em mensagem no Twitter Wayne Hale, ex-gerente do programa dos ônibus espaciais, que tinham tecnologia muito similar ao do SLS. "Digamos apenas que minha taxa de sucesso foi bem baixa."

Resumo da ópera: é improvável que aceitem, mas o "não" a Nasa já tem, certo? Pedir não custa nada.

Enquanto isso, a agência realizou reparos no sistema de desconexão rápida por onde estava acontecendo um vazamento grande de combustível durante o processo de abastecimento na tentativa do dia 3. O trabalho todo foi realizado na plataforma, para que se pudesse testar com a estrutura de lá o desempenho. O plano é realizar esse teste, essencialmente deixando fluir combustível para o foguete, a partir do dia 17. Se isso funcionar e a Força Espacial estender a certificação da bateria do sistema de detonação remota, há perspectiva de novas tentativas nos dias 23 e 27 de setembro.

O mais provável, contudo, segue sendo o retorno do foguete ao VAB e uma nova tentativa só a partir de 17 de outubro. Seja quando for o lançamento da Artemis 1, ela será histórica: a primeira missão de uma cápsula destinada a levar humanos ao redor da Lua (embora ainda sem tripulação neste primeiro voo-teste) desde a Apollo 17, em 1972.

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

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