Na Corrida

Pé na estrada, mesmo quando não há estrada

Na Corrida - Rodrigo Flores
Rodrigo Flores
Descrição de chapéu atletismo

Laurindo Nunes disputa ultramaratona mais antiga do mundo de olho no top 10

Corredor é o único brasileiro a ter completado a Comrades, na África do Sul, em menos de 6 horas

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Rodrigo Flores
São Paulo (SP)

Se a maratona é para poucos, a ultramaratona é para quase ninguém. São raros os atletas que encaram correr em alto nível em distâncias que podem passar dos 100 km.

Um desses atletas é Laurindo Nunes Neto. Neste domingo (11), ele participa pelo segundo ano seguido da Comrades, a maior e mais antiga ultramaratona do mundo.

A Comrades começou a ser disputada em 1921 e nos mais de cem anos de existência passou por apenas dois períodos de interrupção: de 1941 a 1945, por conta da Segunda Guerra Mundial, e no biênio 2020-2021 por causa da pandemia. A corrida tem 89 quilômetros de extensão e percorre uma rota entre as cidades de Durban e Pietermaritzburg, alternando a cada ano a direção a cada ano.

Como Pietermaritzburg está a 670 metros de altitude, e Durban fica ao nível do mar, a corrida que parte de Durban é conhecida como "Up Run", enquanto a prova que larga de Pietermaritzburg é apelidada de "Down Run".

No ano passado, Laurindo Nunes Neto chegou em 17º lugar na Comrades. Ele fez a "Down Run" em 5h56min50s, sendo o primeiro brasileiro a completar a prova abaixo das 6h.

Laurindo contou a blog Na Corrida um pouco sobre sua expectativa para a prova. Abaixo, trechos da entrevista feita por e-mail.

Como foi sua preparação para este ano?
A minha preparação foi super produtiva, passamos dos 3300 quilômetros rodados nesses 6 meses de preparação.

O que foi diferente do ciclo do ano passado?
Meu corpo reagiu muito bem ao ganho de volume e intensidade em comparação ao ano passado, isso nos dá muita confiança por um bom resultado.

Qual a sua expectativa para a prova?
A expectativa é de conseguir entregar uma ótima prova e melhorar em relação ao ano passado. Ou seja, quero estar entre os 10 primeiros.

Depois de ser o melhor brasileiro da história, qual objetivo você busca neste ano?
Além de alcançar o top 10, espero melhorar meu tempo em relação ao ano passado.

Que lições você tira da prova do ano passado que você traz para este ano?
Principalmente confiança. A preparação para a Comrades me trouxe confiança, suportamos um bom nível de intensidade e volume de treinos que eu não acreditava que conseguiria. Isso terá impacto além da prova, pois vai refletir muito na continuidade da minha carreira como ultramaratonista.

Qual trecho da prova mais te preocupa? Por quê?
A descida do Winston Park é uma descida íngreme, que castiga muito a musculatura que já vem cansada de muitas subidas e descidas. Além disso, o trecho fica na parte final da prova, um pouco antes da última grande subida da corrida.

Era para ser uma prova com trajeto "Up Run", mas não será...
Pois é, a organização repetirá o "Down Run" esse ano como parte do planejamento para realizar a 100° edição em uma prova que termine em Durban. Por isso, a organização optou por repetir trajeto em 2222 e 2223. Assim no ano do centenário, em 2027, a prova terminará em Durban, que é uma cidade maior e tem como comportar melhor uma grande festa.

Acha possível fazer o circuito "Up Run" em menos de 6 horas?
Acredito que sim, é possível.

Ultramaratonista Laurindo Nunes Neto
Ultramaratonista Laurindo Nunes Neto - Divulgação

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