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Regulador de imprensa do Reino Unido atesta sexismo de apresentador contra Meghan

Jeremy Clarkson disse sonhar com duquesa desfilando nua pelas ruas e a odiar mais do que serial killer

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São Paulo

A Organização Independente de Padrões de Imprensa (Ipso, na sigla em inglês), órgão regulador da imprensa do Reino Unido, constatou que o influente apresentador de televisão Jeremy Clarkson foi sexista em uma coluna de crítica a Meghan Markle, duquesa de Sussex e esposa do príncipe Harry.

O príncipe Harry e a Duquesa de Sussex, Meghan Markle
O príncipe Harry e a Duquesa de Sussex, Meghan Markle - TIMOTHY A. CLARY / AFP

No texto, publicado no tabloide "Sun" em dezembro do ano passado, Clarkson disse sonhar com o dia em que Meghan "fosse obrigada a desfilar nua pelas ruas de todas as cidades da Grã-Bretanha enquanto a multidão gritasse 'vergonha!' e jogasse fezes nela". Cena semelhante apareceu em Game of Thrones, com a personagem Cersei Lannister. A decisão da Ipso foi divulgada na última sexta-feira (30).

O apresentador também disse que odiava Meghan mais do que odiava Rose West, serial killer que matou ao menos 10 jovens entre as décadas de 1960 e 1980. Na mesma linha, ele disse que seu ódio pela duquesa era em "nível celular" e sugeriu que ela havia feito "promessas vívidas de quarto" para transformar Harry em um "warrior of woke", expressão pejorativa associada a homens que defendem causas progressistas.

O artigo recebeu críticas de leitores, políticos e até da filha de Clarkson –a Ipso recebeu mais de 25 mil queixas sobre o texto. A repercussão fez com que o "Sun" pedisse desculpas e retirasse a coluna de sua página dias depois.

O "Sun" tentou defender a publicação do texto. Argumentou que o autor é um polemista "conhecido por empregar linguagem hiperbólica" e que as críticas se referiam à conduta da duquesa e não à sua identidade. Por fim, o tabloide disse que ver sexismo ou racismo em uma coluna que não mencionasse explicitamente o sexo ou a raça de Meghan exigiria "adivinhação psíquica" por parte do leitor.

Em resposta, a Ipso disse que jornalistas podem escrever artigos "mesquinhos ou cruéis" e "de mau gosto ou ofensivos" em nome da liberdade de expressão. No caso do apresentador, porém, aponta o órgão, a quantidade de ataques sexistas transformou o texto em discriminação.

"As imagens empregadas pelo colunista neste artigo eram humilhantes e degradantes para a duquesa", disse o presidente da IPSO, Edward Faulks. A Ipso não constatou racismo no texto de Clarkson.

Como pena, o "Sun" precisou publicar, no sábado (1º), um resumo das conclusões do órgão na mesma página em que a coluna geralmente aparece. O tabloide também foi obrigado a destacar a nota na primeira página do jornal e do site.

Antes da decisão de sexta, o apresentador pediu desculpas a Meghan, ao príncipe Harry e às empresas para as quais trabalha. A sentença do regulador pode interferir na renovação do contrato de Clarkson com a ITV e a Amazon, onde ele apresenta os programas "Quem Quer Ser um Milionário?" e "Na Fazenda de Clarkson", respectivamente.

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