Que imposto é esse

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Que imposto é esse - Eduardo Cucolo
Eduardo Cucolo
Descrição de chapéu Reforma tributária Folhajus

Exceções representam dois terços dos artigos de proposta tributária

Projeto do governo condensa mais de 5.000 normas em 499 artigos, 82 deles tratando das regras gerais

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São Paulo

A proposta de regulamentação da reforma tributária apresentada pelo Ministério da Fazenda na última quarta-feira (24) tem 499 artigos. Dois terços desse conteúdo se referem às exceções, que cresceram durante a tramitação da proposta de emenda constitucional no Congresso Nacional em 2023.

O texto da regulamentação traz 222 dispositivos que tratam das regras para comércio exterior, desoneração de investimentos, isenções como a cesta básica, alíquotas reduzidas e regimes específicos ou próprios, como planos de saúde e imóveis.

Outros 107 regulam temas como Zona Franca de Manaus, Simples Nacional, MEI e Imposto Seletivo sobre bens prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.

Além dos artigos, o texto traz 24 anexos, que tratam principalmente das exceções listadas acima.

Na apresentação do texto, o secretário Bernard Appy afirmou que os contribuintes que estão no regime geral de recolhimento dos novos tributos precisam conhecer pouco mais de 30 páginas da proposta.

São aquelas que trazem o novo regime e que buscam condensar mais de 5.000 legislações nas três esferas de governo. Essa parte está representada basicamente nos 82 primeiros artigos da proposta.

É nesses primeiros capítulos que está o núcleo da reforma, com regras sobre cálculo da alíquota que garante a manutenção da carga tributária, formas de recolhimento dos novos tributos e ressarcimento daqueles pagos pelas empresas na aquisição de insumos e serviços.

Em evento na Fiesp nesta segunda (leia aqui sobre o encontro), o secretário Bernard Appy afirmou que a versão protocolada na Câmara tem 314 páginas. Destas, 85 são tabelas —boa parte se refere à distribuição da receita do Simples (não tem relação com alíquota do Simples), cinco tabelas para cada ano da transição.

Há também sete páginas de revogação da legislação atual e 34 páginas que são "as normas gerais que todo mundo tem de conhecer". Segundo ele, o que está sendo revogado é infinitamente maior do que o que está sendo criado.

A proposta original da reforma apresentada em 2019 era ter o mínimo de exceções. Com isso, seria possível criar tributos com uma alíquota somada abaixo de 20%.

As exceções que foram aparecendo já jogaram esse percentual para 26,5%. O Congresso terá a opção de aumentar ainda mais a lista, o que pode gerar o maior tributo sobre consumo do mundo –o que na realidade já existe, diante da carga atual.

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