Eles são os melhores jogadores, os mais premiados, os mais badalados, dos últimos 15 anos. Craques incontestes. Lendas vivas, e em atividade, do futebol.
Lionel Messi brilhou intensamente no Barcelona e Cristiano Ronaldo, no Real Madrid, depois de se destacar no Manchester United e antes de uma boa, porém não brilhante, passagem pela Juventus.
O argentino é dono de sete Bolas de Ouro (2009, 2010, 2011, 2012, 2015, 2019 e 2021), o cobiçado troféu entregue anualmente ao melhor do mundo, e o português, de cinco (2008, 2013, 2015, 2016 e 2017).
Messi neste ano ainda conseguiu algo que almejava desde sempre, um título com a seleção principal da Argentina, que superou o Brasil na final da Copa América.
Cristiano Ronaldo, o CR7, também em 2021, tornou-se o maior artilheiro da história da Eurocopa, a empolgante disputa quadrienal entre as melhores seleções europeias.
Os recordes e títulos que eles acumulam valem um texto à parte, e os dois mudaram de clube no meio do ano com a meta de ampliar suas marcas.
Paris Saint-Germain e Manchester United esperavam que Messi e Cristiano Ronaldo causassem impacto imediato, não só midiático, e eles até causaram.
Só que o resultado prático não pode ser considerado empolgante, especialmente no caso do ex-camisa 10 do Barcelona, atual camisa 30 do PSG.
Nesta temporada, que está na metade, surpreendentemente o time francês teve desempenho pior quando Messi jogou.
O argentino de 34 anos, que lidou com lesão no joelho que o afastou de algumas partidas, esteve em campo em 16 dos 27 confrontos válidos por competição.
Atuou no Campeonato Francês (11 vezes) e na Champions League (5). Anotou seis gols, uma média discreta de 0,38 por jogo, e o PSG não ganhou sete desses confrontos. Foram nove vitórias, cinco empates e duas derrotas.
Na ausência de Messi, o time parisiense venceu 9 de 11 partidas, empatando uma e perdendo uma. No Francês, sem o craque, o aproveitamento é de 100% (oito vitórias) –com ele, são seis vitórias, quatro empates e uma derrota.
Felizmente para o clube, Messi tem conseguido ser Messi na competição que mais importa, a Champions League, que o PSG deseja conquistar mais do que tudo.
De seus seis gols, cinco foram na Liga dos Campeões da Europa, e dois deles, decisivos, no triunfo por 3 a 2, de virada, sobre o alemão Leipzig, em outubro.
No caso do Manchester United, a conclusão até agora é a de que Cristiano Ronaldo mostrou-se importantíssimo para o time.
Sem o camisa 7, a equipe, que sofre há anos para se reerguer –entrou em declínio desde a aposentadoria do treinador Alex Ferguson, em 2013–, estaria eliminada da Champions.
O CR7 fez os dois gols no 2 a 2 com o Atalanta, na Itália, sendo um deles nos acréscimos do segundo tempo, o gol da vitória contra o mesmo rival, por 3 a 2, na Inglaterra, e, novamente nos acréscimos da segunda etapa, o gol do triunfo sobre o espanhol Villarreal, por 2 a 1, em Manchester.
Foi imprescindível, foi fundamental, foi genial.
Mesmo assim, e mesmo tendo sido decisivo no clássico contra o Arsenal no Campeonato Inglês (dois gols na vitória por 3 a 2), o CR7 tem sido alvo de reclamações.
Seus 13 gols em 19 partidas (média de 0,68), sendo seis na Premier League e sete na Champions League, parecem não ter sido o suficiente para satisfazer os críticos e parte dos torcedores.
Talvez esperassem que o "ciborgue" de 36 anos, fisicamente ainda admirável, fosse o "salvador da pátria" não só na Champions, mas também na Premier League, na qual o Manchester United ocupa a sétima posição, com 28 pontos, 22 atrás do líder, o Manchester City.
Se o Inglês terminasse hoje, os Diabos Vermelhos estariam fora de competições europeias na próxima temporada.
A campanha medíocre resultou na queda do treinador norueguês Ole Solskjaer, que amargou derrotas duras para Liverpool (5 a 0), Leicester (4 a 2), Manchester City (2 a 0) e Watford (4 a 1). Em todas elas, Cristiano Ronaldo não fez gol.
Nesta semana, depois da fraca atuação no 1 a 1 com o Newcastle, houve quem torceu o nariz para o CR7. Um deles foi Gary Neville, ídolo do Manchester United, atualmente comentarista.
É sabido que Cristiano Ronaldo quer ser sempre o centro das atenções, todas as vezes "o homem do jogo", e irrita-se frequentemente com erros de seus colegas e/ou quando a bola não chega até ele.
Sua linguagem corporal o denuncia há anos, e para Neville isso prejudica a equipe.
Outro ex-jogador que é analista esportivo, Gabriel Agbonlahor afirma que o astro tem intimidado jovens talentos do time, como Mason Greenwood e Jadon Sancho, por exagerar em seu lado rabugento.
Com o CR7 em campo nesta segunda passagem pelo clube, o Manchester United registra, em 19 partidas válidas por algum campeonato, nove vitórias, quatro empates e seis derrotas. Sem ele, em cinco jogos, são duas vitórias, dois empates e uma derrota.
O português deve voltar a campo nesta quinta (30), contra o Burnley, no Old Trafford, se o surto de Covid não adiar o duelo.
Messi tentará melhorar sua performance com o PSG só depois da virada do ano.
O time jogará no dia 3, contra o Vannes, pela Copa da França, e depois no dia 9, diante do Lyon, no Francês.
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