Encerrada a janela de transferências do inverno europeu, um brasileiro está no top 3 das negociações das cinco maiores ligas europeias.
Bruno Guimarães ficou atrás apenas dos atacantes Dusan Vlahovic (sérvio, da Fiorentina para a Juventus, por € 75 milhões) e Ferrán Torres (espanhol, do Manchester City para o Barcelona, por € 55,5 milhões), de acordo com o jornal The Guardian.
Para tirar o ex-jogador do Athletico-PR do francês Lyon, o Newcastle desembolsou aproximadamente € 40 milhões (R$ 238 milhões).
Não é comum alguém pagar uma cifra dessas por um volante, e exatamente por isso o jogador carioca de 24 anos estará na berlinda nos próximos meses.
Será um período, até maio/junho, desafiador para Bruno Guimarães. Sua nova equipe ocupa a 18ª e antepenúltima colocação no Campeonato Inglês (Premier League).
Com 15 pontos em 21 jogos, está na zona de rebaixamento, à frente somente do Watford (14 pontos em 20 partidas) e do Burnley (12 pontos em 18 jogos).
O Newcastle trocou recentemente de dono, e o novo proprietário, o trilionário Public Investment Fund, da Arábia Saudita, decidiu ir ao mercado para que o clube se salve do descenso.
Além de Bruno Guimarães, contratou o grandalhão e corpulento atacante neozelandês Chris Wood (€ 30 milhões), que estava no Burnley, o zagueiro-lateral Dean Burn (€ 15 milhões), que defendia o Brighton, e o lateral direito KIeran Trippier (€ 14,4 milhões), do Atlético de Madrid e da seleção inglesa.
Tripper é bom, bate bem na bola, gosta de (e sabe) apoiar. Wood é mediano, incomoda pela força física, porém sua habilidade é limitadíssima. Burn é fraco, tem a cintura dura, há centenas muito melhores do que ele.
Assim, o maior acerto do super-rico Newcastle, na teoria, é Bruno Guimarães, e a expectativa em torno dele é altíssima.
Trata-se de um volante excelente. Boa altura (1,82 m), boa distribuição de jogadas, boa visão de jogo, bom poder de marcação, bom nas bolas aéreas. Titular do Brasil campeão olímpico nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021.
Será suficiente para acertar um meio de campo que transpira bastante, mas cuja inspiração resume-se a lampejos esporádicos do careca Jonjo Shelvey?
No atual Newscastle, para que o time funcione e evolua, o brasileiro terá de dar um jeito de jogar ainda melhor.
Precisará manter seus costumeiros acertos (nos passes, nos dribles curtos, nas antecipações, na contenção dos rivais), ter fôlego para ir ao ataque e voltar durante todo o jogo (e em todos os jogos). Além disso, fazer gols (foram poucos na carreira) e dar assistências.
Espera-se, em suma, que Bruno Guimarães seja o líder do Newcastle em sua recuperação. Imediatamente eficaz no mais rico campeonato da Europa. Nada menos do que isso.
Se conseguir, sua imagem como jogador crescerá tremendamente, e sua chance de atuar no Qatar, na Copa do Mundo deste ano, no meio-campo da seleção brasileira poderá passar a ser real.
Atualmente, ele é reserva na equipe de Tite. Os volantes titulares são Casemiro (intocável, e com razão), do Real Madrid, e Fred, do Manchester United.
Se não conseguir fazer o Newcastle engrenar, Bruno Guimarães corre o risco de nem reserva ser na seleção –tem a concorrência, entre outros, de Fabinho (Liverpool), Douglas Luiz (Aston Villa) e Gerson (Olympique de Marselha).
E de quebra amargar, em caso de descenso do clube, a disputa da segunda divisão em 2022/23, algo inimaginável enquanto estivesse no Lyon, uma das principais forças do futebol francês.
Nesta terça (1º), Bruno Guimarães entrou no segundo tempo de Brasil 4 x 0 Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa, no lugar de Philippe Coutinho, e teve boa performance, aparecendo na área para dar assistência para o gol de Rodrygo.
A estreia dele pelo Newcastle deve ocorrer na terça-feira (8), diante do Everton, ou no domingo (13), contra o Aston Villa.
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