Se havia alguma dúvida referente à presença de Vinicius Junior na seleção brasileira que irá à Copa do Mundo do Qatar, ela foi defenestrada.
Não há como deixar fora do Mundial o jogador responsável pelo gol da conquista de uma Champions League. Olha... haver até há, mas é ilógico, incongruente, impensável, irresponsável até.
Titular absoluto do Real Madrid, Vini Jr. vive momento de esplendor, em uma temporada grandiosa que culminou no gol em Saint-Denis (França) que deu o 14º título da Liga dos Campeões ao time merengue.
Na história da competição, somente quatro brasileiros, antes dele, tinham marcado o gol do título, segundo texto do jornalista Rodolfo Rodrigues, do UOL: Mazzola (Milan-1963), Jair da Costa (Inter de Milão-1965), Juary (Porto-1987) e Beletti (Barcelona-2006).
Curiosamente, o gol do então lateral do Barça foi na mesma arena (o Stade de France) na qual Vini Jr. brilhou agora.
E, sendo Vini Jr. protagonista no campeão europeu, a dúvida que passa a existir é se Tite dará oportunidade ao ex-flamenguista de ser titular na seleção.
Haverá pressão para isso.
Não do jogador de 21 anos, que se mostra suficientemente humilde para colaborar com a seleção canarinho, mesmo na reserva. Torcedores e jornalistas serão a origem dos pedidos para que ele comece jogando. As redes sociais gritarão.
Até porque atualmente não há uma unanimidade no ataque da equipe pentacampeã do mundo. Nem Neymar. Que já foi. Não é mais.
Para os amistosos do começo de junho (Coreia do Sul, dia 2, e Japão, dia 6), os atacantes chamados por Tite foram, além de Vini Jr., Gabriel Jesus (Manchester City), Gabriel Martinelli (Arsenal), Matheus Cunha (Atlético de Madrid), Raphinha (Leeds), Richarlison (Everton), Neymar (Paris Saint-Germain) e Rodrygo (Real Madrid).
Só o já trintão Neymar é considerado um supercraque, porém, pelo que tem jogado ultimamente (bem, mas não superbem), não deve ser classificado como essencial, como alguém que não pode ser sacado.
Ele precisa render, e até tem rendido quando está com a seleção (mais que pelo clube). Caso contrário, é necessário coragem para tirá-lo e dar chance a outros.
Um desses outros é justamente Vini Jr.
Que me lembra muito, no estilo de jogo, o Neymar mais jovem, de Santos e Barcelona, a fazer diabruras pela ponta esquerda, com dribles em alta velocidade e objetividade nas jogadas.
Em texto anterior, acerca dos possíveis convocados de Tite para a Copa –que será em novembro e dezembro–, formei o meu ataque com Raphinha (pela direita), Neymar (centralizado) e Vini Jr. (pela esquerda).
Lucas Paquetá seria o homem de meio-campo mais avançado, atuando boa parte do tempo como quarto atacante.
Em nova análise, Raphinha decaiu na reta final do Campeonato Inglês, e Richarlison e Gabriel Jesus são bem mais merecedores da titularidade, no setor direito do ataque.
Mas em relação a Vini Jr. na esquerda não tem muito papo. Depois da sequência de meses com desempenho mais que convincente, ele tem que jogar. Até para vermos o resultado que entregará para a seleção.
O apelido de Vinicius Jr. é Malvadeza. Vem da época de Flamengo, dado pelo cantor João Ramalho. Deve-se à "crueldade" dele, futebolística, com os adversários.
Mas malvadeza mesmo, com a seleção e com quem por ela torce, será relegar Vini Jr., em fase fulgurosa, ao banco de reservas.
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