O Mundo É uma Bola

O Mundo É uma Bola - Luís Curro
Luís Curro

Quase dei um direto no Ronaldinho, afirma lateral inglês da Copa de 2002

Danny Mills entendeu que o gaúcho tripudiava durante o antidoping, depois da vitória do Brasil nas quartas de final

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Autor do gol da vitória de virada do Brasil por 2 a 1 contra a Inglaterra na campanha do pentacampeonato, na Copa do Mundo da Coreia do Sul e do Japão, em 2002, Ronaldinho Gaúcho escapou por pouco de levar um murro de um jogador inglês depois da partida.

Quem relata o caso é o próprio lateral direito do English Team nesse Mundial, Danny Mills, famoso mais pela lustrosa careca do que pelo bom futebol.

Ele contou, em entrevista à rádio esportiva londrina talkSPORT, que ficou bastante irritado com o comportamento do meia-atacante brasileiro na sala do antidoping do estádio de Shizuoka, no Japão.

Mills havia sido sorteado para fazer o exame junto com o zagueiro e colega de time Rio Ferdinand. Pelo lado brasileiro, o sorteio elegeu Ronaldinho e o lateral e capitão Cafu.

"Eu e Rio fomos para a sala do antidoping depois da partida, o que nunca é bom, especialmente quando você perde. Entramos, o Cafu estava lá, o Ronaldinho, que tinha sido expulso por fazer uma falta em mim, estava lá."

"Ele estava gargalhando, fazendo graça", prosseguiu Mills, que hoje tem 45 anos.

"Para ser franco, estava além do limite, sabe? A sala era bem pequena, e o Ronaldinho estava pulando, dando risadas e comemorando sem parar, sendo que não havia mais ninguém ali, além dos caras [da organização] nos vendo urinar."

O atleta, que defendia o Leeds United, concluiu: "Foi no mínimo desrespeitoso, e ele esteve bem perto de levar um direto de direita".

O "direto" é o golpe do boxe no qual o pugilista atinge o oponente em linha reta com o braço, com muita força, geralmente na face.

Mills, contudo, conseguiu se conter e ainda exercitou seu lado diplomático, trocando a camisa com Cafu –ambos usaram a de número 2 no Mundial asiático.

Foi, aliás, meio surpreendente que Mills tenha conseguido a titularidade na Copa. Com técnica limitada, era no máximo um jogador voluntarioso.

O técnico da Inglaterra, o sueco Sven-Goran Eriksson, optou por prestigiá-lo depois que Gary Neville, o melhor do país na posição à época, não conseguiu se recuperar de uma lesão no pé.

Na derrota naquele 21 de junho, Mills esteve envolvido em um lance com Ronaldinho, no segundo tempo, com o Brasil já em vantagem no placar.

Em disputa pela bola perto da área da Inglaterra, o craque brasileiro deu um pisão no adversário. O árbitro considerou proposital e violento e mostrou o cartão vermelho ao camisa 11.

Ronaldinho, de camisa azul, meiões azuis e calção branco, coloca o braço direito no rosto de Danny Mills, de camisa branca, calção azul escuro e meiões brancos, em lance na partida em que o Brasil ganhou por 2 a 1 da Inglaterra na Copa do Mundo de 2002, em Shizuoka, no Japão
Ronaldinho no momento em que cometeu falta no inglês Danny Mills, sendo expulso na sequência da partida em que o Brasil ganhou por 2 a 1 da Inglaterra na Copa do Mundo de 2002, em Shizuoka (Japão) - Kai Pfaffenbach - 21.jun.2002/Reuters

O jogo pelas quartas de final foi o melhor de Ronaldinho em uma Copa –ele participaria também da de 2006, na Alemanha.

Além de marcar o segundo gol da seleção comandada por Luiz Felipe Scolari, em cobrança de falta de longa distância na qual, com um "chutamento", encobriu o goleiro David Seaman, teve participação vital no gol de empate, ao arrancar desde o meio-campo em alta velocidade, nos acréscimos da etapa inicial, e entregar a bola para Rivaldo finalizar com precisão.

A expulsão tirou Ronaldinho da semifinal (1 a 0 na Turquia), mas ele retornou na decisão para ajudar o Brasil a superar por 2 a 0 a Alemanha e erguer pela última vez a Taça Fifa.

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