O Mundo É uma Bola

O Mundo É uma Bola - Luís Curro
Luís Curro
Descrição de chapéu Futebol Internacional

Messi estreia com o pé esquerdo (o bom) nos Estados Unidos

Craque argentino, que começou no banco, faz de falta o gol da vitória do Inter Miami com o tempo de jogo estourado

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Camisa 10 às costas do uniforme rosa, Messi comemora diante da torcida a vitória por 2 a 1 contra o Cruz Azul, em Fort Lauderdale, em sua estreia pelo Inter Miami

Lionel Messi comemora diante da torcida a vitória por 2 a 1 contra o Cruz Azul, em Fort Lauderdale, em sua estreia pelo Inter Miami Mike Ehrmann - 21.jul.2023/Getty Images via AFP

A estreia de Messi, 36, por seu novo clube, o Inter Miami, encaminhava-se na noite desta sexta (21) para um fim melancólico em Fort Lauderdale, onde fica a arena do time na Flórida.

Era a primeira partida do craque argentino pela equipe americana, sua estreia no futebol dos EUA, que aguardava com grande expectativa esse momento.

O camisa 10, para frustração dos torcedores da equipe que veste cor-de-rosa e encheram o estádio DRV PNK (que abriga cerca de 20 mil torcedores), começou no banco.

Messi, com semblante sério no banco de reservas, antes do início do jogo entre Inter Miami e Cruz Azul pela Copa das Ligas, nos EUA
Messi, no banco de reservas, antes do início do jogo entre Inter Miami e Cruz Azul pela Copa das Ligas, nos EUA - Sam Navarro - 21.jul.2023/USA Today Sports via Reuters

O treinador Tata Martino, compatriota de Messi, guardava-o para participação no decorrer do jogo contra o mexicano Cruz Azul pela Copa das Ligas, torneio que reúne agremiações de EUA, Canadá e México.

Por que razão? Talvez porque o sete vezes eleito melhor do mundo e capitão da seleção argentina campeã da Copa de 2022 sete meses atrás tivesse chegado havia poucos dias aos EUA e pouco tenha treinado com o novo time.

Parecia uma justificativa razoável. Assim, com o Inter Miami em vantagem por 1 a 0, gol marcado por Robert Taylor no fim do primeiro tempo, o técnico deu vez a Messi aos 9 minutos do segundo tempo.

Onze minutos depois, decepção na torcida do Inter Miami: Uriel Antuna empatava para o Cruz Azul.

A partir daí, os minutos foram passando, passando, passando, e a partida parecia que findaria na igualdade, ampliando para sete jogos a série sem vitória da equipe americana.

Naquele momento, com os 45 minutos do segundo tempo já estourados, alguém que acredita em sorte ou azar poderia ter dito que Messi estava estreando com o pé esquerdo, sendo um infortunado no primeiro jogo.

Quem pensou isso, contudo, deve ter se esquecido de que Messi é Messi e que "o jogo só termina quando acaba", frase atribuída ao ex-presidente do Corinthians Vicente Matheus (1908-1997).

Faltando bem pouco para o final da partida (eram dois os minutos de acréscimo concedidos pelo árbitro salvadorenho Hector Martínez), falta para o Inter Miami perto da meia-lua do Cruz Azul.

Messi, em posição na qual se colocou incontáveis vezes na vida, ficou a dois passos da bola. O goleiro Andrés Gudiño colocou cinco homens na barreira, e um sexto deitou-se atrás dela, para evitar a passagem da redonda caso o chute fosse rasteiro.

Messi, tarja de capitão no braço esquerdo, avançou os dois passos, com a canhota bateu colocado encobrindo a barreira e, com o tempo de jogo expirado em quase dois minutos, botou a pelota no ângulo do camisa 30 mexicano.

Uma batida perfeita. Como dizia um narrador do rádio (acredito que era José Silvério na Jovem Pan), foi "como se tivesse colocado a bola nas redes com as mãos", tamanha a facilidade com que o fez.

Isso aos 48 minutos e 48 segundos do segundo tempo. No lance final do confronto.

Vestindo o uniforme rosa do Inter Miami, Messi bate falta com o pé esquerdo contra o Cruz Azul em jogo na Flórida
Messi capricha na cobrança de pé esquerdo para vazar o goleiro do Cruz Azul e dar o triunfo a sua nova equipe aos 48 minutos e 48 segundos do segundo tempo - John David Mercer - 21.jul.2023/USA Today Sports via Reuters

Vibração de Messi com os companheiros de time, festa enorme dos torcedores (muitos e muitos deles com a camisa da Argentina), câmeras em um David Beckham (ex-craque da Inglaterra, sócio do Inter Miami) emocionado, batendo palmas ao lado da esposa, a ex-Spice Girl Victoria, e em um Tata Martino sorridente, igualmente aplaudindo.

É um daqueles lances que ficarão para sempre na lembrança dos aficionados por futebol, que o admirador não só de Messi mas do esporte em si guardará com carinho na memória e contará um dia para o neto ainda pequeno (ou que ainda nem nasceu) ao relatar os feitos de um dos grandes (do alto de seu 1,70 m) da história do futebol.

Braços abertos, sorriso no rosto e tarja de capitão no braço esquerdo, Messi vibra ao marcar de falta o gol da vitória do Inter Miami em sua primeira partida pela equipe da Flórida
Messi vibra ao marcar de falta o gol da vitória do Inter Miami em sua primeira partida pela equipe da Flórida - Sam Navarro - 21.jul.2023/USA Today Sports via Reuters

Assim, Messi começou, sim, com o pé esquerdo sua trajetória nos EUA. O significado da consagrada expressão é de um mau começo. No caso de Messi, porém, aplica-se o oposto. Pois o esquerdo é o seu pé bom.

Bom, nesse caso, é ser módico. É admirável, magnífico, extraordinário. Um dos melhores pés esquerdos que o futebol já viu. Digno, por esse gol tão marcante, de ser eternizado (alô, Beckham!) em uma calçada da fama no estádio do Inter Miami.

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