Em um momento em que uma comissão independente investiga situações de assédio sexual contra menores Igreja Católica de Portugal, o artista plástico Bordalo II realizou uma série de intervenções artísticas para chamar a atenção para o problema.
As obras, que incluíram uma cruz recoberta por bichos de pelúcia e uma placa com um religioso comandando crianças como marionetes, foram instaladas no fim de outubro em igrejas de Portugal. As intervenções acabaram retiradas pouco depois.
A instalação efêmera recebeu o nome de "Cruzes, Credo, Canhoto", e teve imagens divulgadas nas redes sociais do artista.
"À semelhança do que acredito ser o dever da sociedade, também nós artistas temos que usar a nossa voz para defendermos aquilo que está certo e aqueles que não se conseguem defender. Temos que adotar uma atitude crítica, principalmente em temas tabu como este [abuso sexual de menores] e ser parte ativa da mudança", escreveu.
Em seu último balanço, a comissão independente afirmou que já havia validado 424 depoimentos de abusos na Igreja Católica de Portugal.
Nascido em Lisboa em 1987, Artur Bordalo usa o nome artístico Bordalo II em homenagem ao avô, Real Bordalo (1925-2017), também artista plástico.
Bordalo II ganhou destaque em Portugal e em outros países com suas grandes e coloridas esculturas, feitas com materiais que iriam para o lixo.
Na primeira semana de novembro, o artista divulgou mais uma série de intervenções provocadoras. Agora, chamando a atenção para o problema da violência doméstica e contra as mulheres em Portugal.
As obras foram instaladas no Campus da Justiça em Lisboa.
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