Políticas e Justiça

Editado por Michael França, escrito por acadêmicos, gestores e formadores de opinião

Políticas e Justiça - Michael França
Michael França
Descrição de chapéu Vida Pública

Desafios e oportunidades na internacionalização de carreira afrocentrada

Falta de representatividade de negros em cargos de liderança e posições internacionais é fator desmotivador e entrave para avanço profissional

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Juliana Rosa

É executiva de vendas pela Ebony English e especialista em consultoria para intercambistas

A internacionalização de carreira é um passo significativo para o crescimento profissional e pessoal. Dados do Ministério das Relações Exteriores (MRE) indicam que cerca de 4,5 milhões de brasileiros residem no exterior, evidenciando a crescente busca por novas oportunidades em um mundo cada vez mais globalizado. No entanto, essa jornada apresenta desafios únicos, especialmente para profissionais negros.

O racismo continua a ser um obstáculo relevante no setor corporativo. Ele se manifesta desde a discriminação no processo de recrutamento até microagressões no ambiente de trabalho.

A falta de representatividade de negros em cargos de liderança e posições internacionais é um fator desmotivador e um entrave para o avanço profissional. Essa baixa representatividade não apenas limita as oportunidades, mas também perpetua as desigualdades existentes.

A imagem mostra uma mulher negra sorridente com cabelo curto e crespo, usando uma blusa branca. O fundo é de cor cinza escuro, e a mulher está posicionada de frente para a câmera.
Juliana Rosa é executiva de vendas pela Ebony English e especialista em consultoria para intercambistas - Divulgação

No cenário educacional, as disparidades entre negros e brancos representam outro desafio significativo. A qualidade da educação recebida influencia diretamente as oportunidades de carreira internacional.

A falta de acesso a uma educação de qualidade, especialmente no ensino de idiomas, restringe as possibilidades de qualificação para posições internacionais. Profissionais negros frequentemente se sentem isolados e sem modelos a seguir em suas carreiras.

Com a globalização, cada vez mais empresas multinacionais buscam diversificar suas equipes para melhor atender a uma base de clientes global. O aumento da demanda por profissionais com experiência internacional e habilidades interculturais abre portas em diversos setores. Quanto mais profissionais negros qualificados conseguirem superar as barreiras iniciais, mais oportunidades significativas poderão encontrar em mercados internacionais.

A internacionalização de carreira oferece inúmeras possibilidades, mas os desafios específicos enfrentados não podem ser ignorados. A superação dessas barreiras requer esforços conjuntos de indivíduos, empresas e sociedade. Ao investir em educação, promover a diversidade e criar redes de apoio, podemos construir um caminho mais inclusivo e equitativo para todos os profissionais no mercado global.

Investir em educação e capacitação é crucial. Profissionais negros devem buscar oportunidades de aprendizado contínuo, especialmente em áreas como idiomas e habilidades interculturais. Programas de bolsas de estudo e iniciativas de capacitação específicas podem ajudar a nivelar o campo de jogo.

Faço aqui um chamado para empresas e organizações, está na hora de terem em suas instituições políticas inclusivas que promovam a diversidade e combatam o racismo.

Isso inclui treinamentos sobre diversidade, programas de desenvolvimento de lideranças focados exclusivamente em profissionais negros, metas de diversidade, implementação de práticas de recrutamento e seleção, promoção de uma cultura organizacional que valorize e celebre a diversidade e ofereça treinamentos contínuos garantindo que todos os níveis da organização estejam comprometidos com essas práticas. Desta forma conseguimos potencializar oportunidades de ascensão de carreira para que novas histórias sejam contadas por uma perspectiva negra.

O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Juliana Rosa foi "My Power" de Beyoncé.

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