Preta, preto, pretinhos

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Preta, preto, pretinhos - Denise Mota
Denise Mota

Festival Ori ocupa o Rio, 'sem espaços para retrocessos'

Até 20 de novembro, evento reúne shows, exposições, rodas de conversas e feira de empreendedores

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Arte como espaço de encontro, memória, celebração e reivindicação é a proposta do Festival Ori, que em sua terceira edição percorre vários bairros do Rio de Janeiro (e também acontece em versão virtual) com o objetivo de apresentar a pluralidade da cultura afro-brasileira.

Até 20 de novembro, shows, exposições, exibições de filmes, arodas de conversas, feira de empreendedores - com opções em artesanato, moda e gastronomia - e atividades também para o público infantil visitam o centro da cidade, Gamboa e Madureira, em uma "festa", como define seu organizador, Dom Filó, coordenada pelo Instituto Cultne com apoio do Sesc, da Fundição Progresso e da Prefeitura do Rio.
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"Enquanto correntes insistem em esvaziar a imensa importância do legado de Zumbi dos Palmares, o Festival Ori (palavra iorubá que significa cabeça, tanto física quanto espiritual) propõe um mergulho na ancestralidade, por meio de materiais do acervo audiovisual de cultura negra da Cultne, o maior da América Latina", diz Filó, documentarista e CEO do instituto, ao Preta, Preto, Pretinhos.

Detalhe de cartaz do Festival Ori, com uma máscara africana e um fundo vermelho
Detalhe de cartaz do Festival Ori, no Rio de Janeiro - Reprodução

A plataforma Cultne foi criada em 2009. Entre seus 3 mil vídeos, alberga produções culturais e intelectuais reunidas desde 1980 com o objetivo de preservar a "memória e história da população negra tendo como base seu extenso acervo". Os principais eixos de atuação do instituto são memória e história pública, cultura, educação e comunicação.

Na edição deste ano, artistas como Preta Gil, Maria Ceiça, Isabel Fillardis, Altay Veloso e Serjão Loroza participam de bate-papos e apresentações, assim como acadêmicos e criadores digitais. Em pauta, temas como samba e raízes, o protagonismo de mulheres negras no mundo corporativo e no debate social, a trajetória do movimento negro.

Parte importante do festival é também a exibição de registros audiovisuais históricos, entre curtas-metragens, reportagens e documentários produzidos pela Cultne TV, assim como desenhos animados. No dia 16, acontece ainda o lançamento do livro "Fala Negão", do presidente do Olodum, o advogado João Jorge Rodrigues.

"A história do povo negro brasileiro foi sistematicamente apagada, mesmo antes da sua chegada neste país", diz Filó. "Dessa forma, desde 1980 um acervo audiovisual que registra os passos de nossa cultura afrodescendente é importante garantia de que não haverá mais espaços para retrocessos."

Veja a programação completa aqui

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