Seis bloquinhos lotaram as ruas do centro da cidade do Rio de Janeiro durante o último fim de semana.
Ressaca de Carnaval? Não.
Embora eles, os bloquinhos, achem que sim. Não entende-se, ainda, que está-se inventando na cidade um novo modo de socializar-se na noite.
Há, no Rio de Janeiro, agora definitivamente socialmente pós-pandêmico, um sem números de socializar-se na noite.
É uma das cidades mais democráticas para isso.
Boates, clubs, festas fechadas, rodas de samba, praia noturna, passeios em praças, namoros em portão, motéis, ensaios em escolas de samba, bailes funks, restaurantes para todas as classes e muitos, muitos, um sem fim de botequins.
Os bloquinhos são uma mistura de tudo acima. Mais que isso. São uma forma barata de se divertir. Muito barata. Geralmente por WhatsApp, reúne-se um grupo, outro, outro e não demora uma multidão já está pronta.
Não há a necessidade de comprar ingressos, filas, nada. E chegar e se divertir.
O carioca inventou uma espécie de 'naite' andante.
Por conta dos desfiles que fizeram no Carnaval que não foi Carnaval, duas semanas atrás, os cariocas descobriram que sair na rua é mais que uma opção política de ocupação das ruas ou uma questão de saúde mental, como falam as pessoas que frequentam bloquinhos.
É uma questão de oportunidade mesmo. Diversão barata. O baile funk da classe média.
E, finalmente desvinculados do Carnaval, porque não colocar nas ruas os bloquinhos durante o ano inteiro?
É o que será feito.
Em 2022, os bloquinhos passarão a ser uma atração carioca que estará disponível em todos os meses do ano.
Tudo bem.
Basta não confundir bloquinho com Carnaval. Não misturar repique com MacBook.
Nos bloquinhos, não se toca samba. Nos bloquinhos, não tem gente preta.
Os bloquinhos são uma outra coisa. Uma invenção carioca, específica de uma classe.
Os bloquinhos são a nova bossa nova.
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