Descrição de chapéu Rio de Janeiro Alalaô

Blocos do Rio ficam parados e driblam fiscalização

Na manhã deste sábado (26), duas rodas de instrumentos animavam a região central carioca

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Rio de Janeiro

Os blocos de rua estão proibidos no Rio de Janeiro, mas as cornetas não pararam de tocar. Cortejos e grupos de músicos resolveram sair às ruas muitas vezes parados, driblando a fiscalização que já dispersou algumas andanças de foliões na largada do Carnaval.

​Na manhã deste sábado (26), duas rodas de instrumentos animavam a Pedra do Sal e o largo de São Francisco da Prainha, na região central carioca. Uma bica de água amenizava o calor de quase 30º C em quem passava por lá.

Foliões durante bloco de carnaval clandestino na Pedra do Sal, região central do Rio de Janeiro - Eduardo Anizelli/ Folhapress

A cerca de um quilômetro dali, o clima também era de festa, com muitos ambulantes e fantasias, brilhos e glitter como traje. A Polícia Militar chegou a ligar a sirene da viatura para espalhar a aglomeração no início, fazendo a música parar por um tempo, mas depois o cortejo seguiu caminhando (um dos poucos).

Questionada, a PM não respondeu quantas ações do tipo realizou até agora —a reportagem soube de pelo menos duas. Apenas afirmou que mobilizou mais 8.760 policiais para reforçar o patrulhamento ordinário, o que representa um efetivo extra 21% superior ao do ano passado, quando o evento também estava suspenso.

Segundo o secretário municipal de Ordem Pública, Brenno Carnevale, a Guarda Municipal havia dispersado dois "possíveis blocos" na região até a manhã deste sábado. Nenhum incidente foi registrado.


"Blocos na rua não estão permitidos, ainda que parados. No entanto, nossa atuação está pautada mais pela conscientização e pelo diálogo. Estamos evitando, por exemplo, fechamentos de vias importantes ou transtornos para a locomoção da cidade como um todo", disse ele.

No caso do último bloco, porém, a avenida Presidente Vargas chegou a ser bloqueada pelos foliões por poucos minutos, próximo à igreja da Candelária. Um ônibus que ficou preso no trânsito de gente amassou a roda da bicicleta de um ambulante. Uma viatura do programa Segurança Presente observava a passagem.

Já na noite desta sexta (25), uma roda de músicos parados animava o Aterro do Flamengo e uma outra, a Praça da Harmonia, enquanto os foliões dançavam em volta. Muitos deles seguiram direto para os blocos que aconteceram pela manhã.



Enquanto isso, várias festas privadas, que foram permitidas, também acontecem na cidade. As únicas regras impostas pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) são o uso de máscara em local fechado (teoricamente com multa de R$ 621) e a apresentação de comprovante de vacinação.

Já as multas para empresas organizadoras dos eventos que eventualmente não cobraram o passaporte de imunização variaram entre R$ 3.105 e R$ 6.210 neste início de ano, segundo o município.

O secretário Carnevale disse nesta sexta à Folha que não há previsão de multa para participantes em blocos clandestinos. Porém se organizadores fossem identificados, afirmou, poderiam sofrer multa administrativa de cerca de R$ 1.000, aumentando em caso de reincidência.

No meio da tarde, foliões aguardavam com expectativa boatos de que sairia da praça da Harmonia, no centro, o tradicional bloco Prata Preta.

Poucas horas depois, por volta das 17h30, músicos deram início ao cortejo, discretamente, seguidos aos poucos pela pequena multidão.

O desfile teve início em frente ao prédio do 5º Batalhão da Polícia Militar, na praça da Harmonia. Antes da saída, um policial chegou a filmar a movimentação no local, com centenas de foliões fantasiados.

A corporação, porém, não interveio no bloco, que terminou seu cortejo em pouco mais de uma hora.

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