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O primeiro Marco Zero de São Paulo

Marco do rócio ficava no antigo Largo da Sé e pertence ao Museu Paulista

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Douglas Nascimento
São Paulo

Quem já foi na Praça da Sé com certeza já se deparou com um bonito monumento de granito no centro da praça com indicações para diversas regiões do Brasil em suas laterais e uma interessante placa de bronze na sua parte superior.

marco zero de São Paulo, feito em granito e bronze
Marco zero de São Paulo, que está localizado bem no centro da Praça da Sé - Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Inaugurado em 18 de setembro de 1934 o Marco Zero de São Paulo é um importante monumento paulistano pois ele não é apenas uma obra de arte, serve também como registro do ponto central da cidade de onde irradiam as ruas, avenidas e alamedas da capital. É dali que se iniciam as numerações das vias da cidade e até de estradas, sendo que quanto mais baixo o número, mais próximo do centro você está. O monumento foi um presente do extinto Touring Club do Brasil para a cidade de São Paulo.

Contudo o que poucos sabem é que este não é o primeiro marco da cidade, pois o antigo Largo da Sé, anterior às reformas que criaram a atual catedral e praça exibia um outro marco, bem mais frágil e modesto.

Cartão postal de 1905 com o antigo Largo da Sé
O extinto Largo da Sé em 1905. A antiga Igreja da Sé é a que está à direita na foto. - Divulgação / São Paulo Antiga

O MARCO DO RÓCIO

Estabelecido em 1724 durante o período do então governador e capitão-general de São Paulo Rodrigo César de Menezes (1721 a 1727) o antigo marco, denominado Marco do Rócio, era um pequeno obelisco de madeira que foi instalado no Largo da Sé e servia como demarcação inicial do rócio da cidade, ou seja, dos terrenos que eram roçados e utilizados pelos cidadãos da época.

pequeno obelisco em madeira, que foi o primeiro marco da cidade
Na foto o Marco do Rócio, primeiro marco zero de São Paulo. - Museu Paulista - USP / Divulgação

Com o tempo o marco do rócio passou a ter outras funções como a de servir para demarcar as distâncias e limites territoriais do município, constando em atas e determinações da Câmara Municipal de São Paulo para os mais diversos fins. Foi a partir dele que se marcavam algumas distâncias da cidade como a "meia légua" cujos respectivos marcos ainda estão instalados em algumas áreas da cidade e que determinam a distância de meia légua entre o velho marco e o Largo da Sé. Com o passar do tempo tanto estes marcos quanto as distâncias marcadas em léguas caíram em desuso.

Estima-se que o Marco do Rócio ficou no antigo Largo da Sé por mais de 150 anos, sendo depois retirado e transferido para o Museu Sertório, primeiro museu da Cidade de São Paulo e que serviu de base para a criação do Museu do Ipiranga para onde depois o marco foi levado. O objeto encontra-se até hoje guardado em seu acervo.

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