Sobre Trilhos

Viaje ao passado, conheça o presente e imagine o futuro das ferrovias

Furtos de trilhos são feitos até com carroça e se espalham pelo país

Ações registradas em ferrovias nos últimos meses se concentraram principalmente na Bahia e na Paraíba

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Uma mesma cidade na Bahia registrou ao menos três ocorrências do tipo nos últimos meses. No litoral paulista, até em carroça o transporte de trilhos furtados chegou a ser feito. Enquanto isso, no Espírito Santo apreensões de materiais furtados em ferrovias alcançaram 30 toneladas.

Furtos de trilhos se espalharam pelo país desde julho, com o registro de pelo menos 16 crimes em oito estados, metade deles concentrados na Bahia e na Paraíba.

Caminhão com trilhos furtados apreendido pela Polícia Rodoviária Federal em agosto na BR-407, em Jaguarari (BA)
Caminhão com trilhos furtados apreendido pela Polícia Rodoviária Federal em agosto na BR-407, em Jaguarari (BA) - Divulgação

Houve, ainda, condenações judiciais de criminosos envolvidos com ações em ferrovias em São Paulo e vandalismo em vagões de trem.

Os trilhos furtados têm como principal destino serem vendidos como sucata a um ferro-velho, mas grandes cargas apreendidas também poderiam ser comercializadas com siderúrgicas, segundo a polícia.

Uma das áreas mais críticas nos últimos meses é a região de Juazeiro (BA), que teve três casos desde julho às margens da BR-407.

No dia 6 daquele mês, dois homens foram detidos pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) na rodovia com ferramentas para soltar os trilhos existentes no local.

Quando a PRF durante uma ronda flagrou sete criminosos cometendo o crime, eles saíram correndo, mas dois foram detidos e disseram que receberiam R$ 150 por dia.

Uma semana depois, um caminhão carregado de trilhos foi apreendido e um homem de 45 anos suspeito de envolvimento com furto de trilhos foi detido durante a madrugada pela PRF no quilômetro 58 da rodovia na cidade baiana.

Assim como no caso anterior, parte do grupo conseguiu fugir numa região de mata e um deles, detido, confessou ter sido contratado para furtar os trilhos. Segundo ele, o pagamento seria de R$ 800.

Na mesma cidade, policiais rodoviários federais prenderam em 21 de setembro um homem com 34 trilhos furtados já colocados num caminhão.

O outro crime registrado na Bahia foi em 28 de agosto, na mesma rodovia, mas em Jaguarari. Sete homens cortavam a linha férrea quando foram flagrados pela polícia. O grupo fugiu pela zona rural e dois foram detidos. Um caminhão carregado e ferramentas usadas para cortar os trilhos foram apreendidos.

Já na Paraíba, houve registros de furtos em agosto em Aparecida e na zona rural entre Sousa e Marizópolis –na segunda ação, três homens foram detidos com dez toneladas de trilhos.

Em setembro, três homens foram presos no dia 28 suspeitos de furtarem trilhos em Juazeirinho (PB). O material que no passado atendia a Rede Ferroviária Federal estava distribuído em três caminhões. Outros cinco integrantes da quadrilha conseguiram fugir.

A mais recente ação do tipo na Paraíba foi registrada no último dia 9, quando a Polícia Civil prendeu quatro pessoas suspeitas de furtar e tentar comercializar trilhos ferroviários em Juazeirinho. Foram achadas cerca de oito toneladas de trilhos no local.

As ações nem sempre envolvem grandes quadrilhas, embora elas sejam predominantes nos crimes descobertos pelas polícias.

Um exemplo é o que ocorreu em 16 de julho em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Dois homens foram detidos em flagrante depois de terem furtado 17 m de trilhos –11 barras de 1,55 m de extensão cada.

O que chama a atenção, além da quantidade pequena de trilhos furtados em comparação com outras ocorrências do gênero, é a forma como o material estava sendo transportado: numa carroça.

Foi uma situação antagônica às registradas no Espírito Santo, onde a Polícia Civil desencadeou a Operação Sioux para apurar furtos de trilhos e madeira no estado.

Em Cachoeiro do Itapemirim, cerca de 30 toneladas de trilhos furtados foram encontrados num galpão num distrito da cidade.

Outros crimes ocorreram em Patrocínio (MG), São Fidélis (RJ), Júlio de Castilhos (RS) e Mafra (SC).

Além dos furtos de trilhos registrados nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do país, em São Paulo houve no mês passado uma decisão judicial condenando envolvidos com crimes do gênero.

A Justiça de Cordeirópolis condenou nove pessoas acusadas de integrar uma quadrilha que furtou nos últimos anos peças de ferrovias e trilhos em municípios da região de Piracicaba.

No dia 29 do mesmo mês, em Campinas, vândalos abriram as portas de vagões carregados de milho, o que fez com que a carga ficasse espalhada na ferrovia. A operação de trens não chegou a ser interrompida. Ninguém foi preso.

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