Saiba como decorar as paredes com quadros

Quadros trazem personalidade e aconchego à casa. Além de pinturas, gravuras e fotografias, diferentes itens podem ser emoldurados e transformados em peças de decoração: lembranças de viagens, coleções, cartões, desenhos dos filhos.

A seguir, veja dicas e projetos da arquiteta Patricia Penna e inspire-se para decorar suas paredes com quadros.

Parede

Uma parede completamente vazia pode ficar mais interessante com uma grande obra ou várias peças —que podem ocupar praticamente toda superfície, inclusive as partes mais baixas.

Os quadros também podem ajudar a compor uma parede onde já há um móvel. É possível, por exemplo, valorizar um aparador posicionando uma obra do mesmo tamanho acima dele. Outra opção é fazer com que esse aparador seja apenas mais um item da parede, colocando vários quadros ao seu redor.

Mas, antes de furar a parede, é importante verificar se, dentro dela, passa alguma tubulação hidráulica, o que normalmente ocorre quando ela faz divisória com o banheiro ou a cozinha. Outra preocupação é perfurar a tubulação elétrica. Por isso, evite pendurar o quadro na mesma linha vertical de interruptores e tomadas ou utilize fitas adesivas dupla face.

Altura

De modo geral, o centro do quadro deve ficar a mais ou menos 1,60 m do chão, que é a linha de visão de uma pessoa de altura média. Isso serve tanto para peças sozinhas quanto para os quadros principais de uma composição.

Mas também é preciso levar em consideração a altura do pé direito do cômodo. Se ele for muito alto, é interessante subir mais o quadro, para que não fique um grande espaço vazio entre a peça e o teto. Se o pé direito for muito baixo, vale descê-lo um pouco mais.

Cor

Se a parede for colorida, uma dica é escolher quadros que tenham uma tonalidade complementar a dela. Você pode descobrir isso buscando por "círculo cromático" na internet (verde e rosa, por exemplo, são complementares). Assim, a combinação ficará mais harmônica.

Outra sugestão é buscar contrastes entre claro e escuro, como no projeto da foto abaixo. Os quadros dessa composição têm moldura fina e uma grande superfície clara, fazendo com que ganhem mais destaque no fundo cinza escuro.

Suporte

Para quem não quer furar a parede, uma alternativa é fixar os quadros (sobretudo os pequenos) com fita dupla face própria para essa finalidade. Na embalagem do produto, há a informação de quantos quilos uma determinada extensão de fita pode suportar. O rótulo também sinaliza se o adesivo pode ser utilizado em ambientes internos, externos ou áreas úmidas.

Mas vale ficar de olho, porque, ao longo do tempo, o material pode ressecar e perder a aderência. Por isso, a recomendação é não usá-lo em peças pesadas ou que possam quebrar.

Outro recurso interessante é deixar os quadros apoiados na parede, em cima de um móvel ou prateleira. Essa solução funciona bem, por exemplo, em ambientes com o pé direito baixo, porque a peça fica em uma altura menor. Por exemplo, um quadro pendurado sobre um aparador precisa estar alguns centímetros mais alto do que ele, o que não ocorre quando o item fica encostado.

Além disso, apoiar os quadros pode ser uma escolha de estilo, para deixar o espaço mais divertido ou moderno. Na foto abaixo, a arquiteta fez uma sobreposição com duas peças sobre um aparador em uma sala de jantar. Com isso, evitou-se também furar o painel de madeira ao fundo.

Mas, se o quadro for muito grande, não é seguro deixá-lo somente apoiado. Vale prendê-lo com um gancho à parede, para que não escorregue.

Iluminação

Para valorizar uma determinada obra, é possível direcionar um foco de luz para ela. A principal dica é evitar lâmpadas com luz fria. O ideal é escolher aquelas que tenham uma temperatura de cor entre 3.500 e 4.000 K (você encontra essa informação na embalagem), que oferecem maior conforto visual e não mudam muito a percepção das cores. Mas, se o quadro tiver uma proteção de vidro, é melhor investir em uma iluminação indireta, para que a luz não reflita na peça e atrapalhe a sua visualização.

Como fazer uma composição de quadros

• Não é necessário que os quadros sejam todos parecidos. É possível fazer uma composição que misture diferentes elementos (pinturas, gravuras, pratos, fotografias, cartões etc.). Mas é interessante que haja uma linguagem comum entre eles. A unidade pode vir, por exemplo, da paleta de cores, dos temas ou das molduras —que não precisam ser iguais, mas podem ter a mesma tonalidade ou estar todas em tons neutros
• Antes de pregar os itens na parede, acomode-os no chão, para testar as diferentes possibilidades de composições. Primeiro, posicione as obras maiores e/ou mais importantes para, depois, encaixar as demais peças
• Deixe mais ou menos 10 cm de distância entre os quadros. Se as molduras forem muito grossas, o melhor é que o espaço entre as peças seja maior, para que elas consigam se destacar
• Estabeleça algum critério de alinhamento entre os quadros, mesmo que seja uma composição assimétrica. As peças podem ser alinhadas pelo centro, pela moldura superior ou pela inferior
• Em ambientes pequenos, tenha cuidado com a quantidade de itens. Paredes com excesso informação dão a sensação de que o espaço é menor

Para sair do óbvio

Todas as dicas acima ajudam a ter uma referência na hora de decorar a casa com quadros, mas não são regras. É possível explorar a criatividade e pensar em diferentes possibilidades.

No quarto da foto acima, a arquiteta Patricia Penna optou por duas obras apoiadas sobre o painel da cabeceira. Em vez de estarem centralizadas com a cama, as peças estão deslocadas para o lado esquerdo do móvel.

Nesse projeto, a arquiteta escolheu fazer uma composição totalmente assimétrica. Em vez de colocar a tela bem em cima do sofá, ela escolheu posicioná-la descentralizada e mais baixa, como se o móvel estivesse entrando no quadro. O espaço ao lado foi complementado com duas caixas de acrílico com dobraduras.