Viagens. Aviões. Reservas.
Aos poucos, o turismo se recupera.
O americano Norton adorava nosso país.
– O sáámb... as morwéenash...
Depois de longa ausência, ele novamente desembarcava no Brasil.
O projeto, dessa vez, não seria Copacabana.
– Nem Ipaníím.
A Amazônia atrai cada vez mais as atenções do mundo.
– Uls pólvush da floréysht.
Norton queria absorver um pouco da cultura indígena.
Plantas. Pássaros. Folhagens.
O sol dos trópicos se cercava de laborioso rendilhado vegetal.
– Belêyz...
Era bem cedinho.
– Temperwatúr maish freyshquínye.
Bermuda. Botas. Repelente de inseto.
Norton não precisou andar muito.
– Ólya sóh... uma trwíbul... béyn pertýniul.
Cabanas. Tendas. Barracas.
– Incrwível... túdul táun beyn organizééd.
De fato.
Moradias primitivas se alinhavam a espaços regulares na sua frente.
O cano de um revólver interpelou Norton pelas costas.
– Entrega o celular, a câmera e o dinheiro, ô gringo.
Norton não estava entendendo.
– Cadêy ul áárc e flééx?
Tratava-se do assaltante Pipoca.
Agindo com desenvoltura nas imediações do Jardim da Luz.
– Aqui não tem índio não, ô babaca.
Só então Norton conseguiu reparar melhor.
– Eyssásh cabááns indígenaish...
Eram barracas de acampamento.
Rigorosamente alinhadas na calçada por uma comunidade de moradores de rua.
São Paulo não é uma selva.
Os estrangeiros é que, por vezes, se confundem.
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