Brasília Hoje

Bastidores, vídeos e análises de economia e política. De segunda a sexta-feira.

Brasília Hoje -
Descrição de chapéu Governo Lula

Vídeo: Lula critica orçamento da Embrapa e cobra Haddad: 'veio, falou bonito, mas não de dinheiro'

Presidente acrescentou que é 'uma coisa absurda' a empresa deixar de fazer pesquisas por falta de recursos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta quinta-feira (25) da cerimônia de aniversário de 51 anos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e ouviu um sonoro "não" da plateia ao questionar se a empresa teria os recursos necessários para fazer as pesquisas.

O próprio Lula criticou o orçamento da empresa e disse que é um "absurdo" a empresa não ter todos os recursos que necessita. Então, em tom de brincadeira, citou os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Carlos Fávaro (Agricultura), presentes no evento, acrescentando que ambos discursaram e em nenhum momento abordaram questões de dinheiro e investimentos.

"Eu notei aqui duas coisas legais. O Haddad veio aqui, falou bonito, mas não falou de dinheiro. Aí eu falei [com ele], ele tratou com o meu ministro da Agricultura, o Fávaro. O Fávaro é que vai falar de dinheiro. O Fávaro veio aqui, falou, falou, falou, puxou o saco dos funcionários e também não falou de dinheiro", afirmou o presidente.

"A única que falou de dinheiro foi a única que não assinou nenhum protocolo, que foi a companheira Luciana [ministra de Ciência e Tecnologia]", completou.

O presidente Lula durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto - Gabriela Biló - 23 abr. 2024/Folhapress

Lula ainda falou que é um "absurdo" a empresa não ter recursos para avançar com todas as pesquisas que considera necessário.

"Muitas vezes não consegue fazer uma pesquisa porque falta R$ 30 milhão [sic], R$ 15 milhão. É uma coisa tão absurda que um centro de conhecimento deixa de fazer uma pesquisa porque falta R$ 1 milhão, R$ 2 milhões. Eu diria que é irresponsabilidade de todo mundo", afirmou o presidente

Lula participou da cerimônia de aniversário da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), na sede da empresa, em Brasília.

Também estavam presentes, além de Haddad, e Santos, a ministra Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar).

Durante o evento, Lula assinou sete acordos de cooperação envolvendo a Embrapa, sendo um deles com o Banco Mundial e outro com a Agência de Cooperação Internacional do Japão.

Os demais acordos são com os ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, da Agricultura, da Ciência, Tecnologia e Inovação e com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e com o Consórcio Nordeste.

Após o evento, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, afirmou que a empresa tem atualmente mais de mil projetos elaborados, que custam cerca de R$ 500 milhões por ano. No entanto, explicou que apenas conta com um terço desses recursos.

O ministro Carlos Fávaro também defendeu mais recursos para a empresa e afirmou que o montante demandado ainda é pouco, quando se leva em conta os benefícios que resultam das pesquisas agrícolas da Embrapa.

"[O valor de] R$ 500 milhões é nada, desculpe a sinceridade, perante tudo aquilo que a Embrapa faz pelo Brasil. Acontece que orçamento público, responsabilidade fiscal, é uma dificuldade de superar. Com apoio do presidente Lula e da iniciativa privada, vamos colocar mais recursos na Embrapa para que ela acelere o desenvolvimento", afirmou.

Na sequência, Fávaro foi questionado sobre a fala do presidente a respeito dos recursos e, sorrindo, respondeu: "Eu não sou ministro da Fazenda".

Haddad, por sua vez, participou apenas de uma parte do evento e saiu ao alegar que teria um compromisso. Em seu discurso, o ministro elogiou a Embrapa e afirmou que não seria exagero acrescentar que ela é a empresa pública mais "apreciada e admirada".

Na segunda-feira (22), durante cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Lula já havia cobrado ministros para quem atuassem mais na articulação política e citou nominalmente Haddad. Disse que o homem forte da economia, renomado acadêmico, "ao invés de ler um livro, tem que perder algumas horas conversando no Senado e na Câmara".

No dia seguinte, durante café da manhã do presidente com jornalistas, o ministro Paulo Pimenta (Secom) cobrou a imprensa por ter dado destaque para a declaração, afirmando que foi claramente uma brincadeira.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.