Mal-entendido. Burrice. Confusão.
Aconteceu em Brasília.
Bolsonaristas apoiam seu líder pelo motivo errado.
Dona Lurdinha e seu Davi estavam no evento.
–Vai baixar a gasolina, viu, Lurdinha?
–Hein?
–Ele vai deixar por três reais.
Bolsonaro tentou se explicar.
–Não, não…
Ele fazia uma complexa alusão a promessas irrealizáveis de candidatos rivais.
–Pessoal, não é isso…
–Viva o Mito.
–Quem diz isso é outro, pô.
Davi continuava gritando.
Lurdinha pediu silêncio.
–Ouve, meu bem. Parece que…
–Hein?
Davi ajustava o aparelho auditivo.
–Não é ele. Os outros é que falam que vão baixar.
–Baixar o quê?
–A gasolina, meu bem.
O espanto assomou à face do ancião.
–Quem é que vai baixar?
–Sei lá… o Lula. O Collor. O Fernando Henrique…
–Ah. Esse era bom.
–Então, Davi. O Bolsonaro…
–Quer saber, Lurdinha?
–O quê?
–Impossível. Ele muda de ideia toda hora.
–Mas, Davi, você é que não entendeu.
–Não voto mais nele.
–Mas você é burro mesmo, hein, Davi?
–Fui burro até agora. Não sou mais.
–Mas baixar a gasolina… é impossível.
–Então, por que ele está prometendo?
Lurdinha suspirou.
–Escuta aqui. Você vota no Bolsonaro e fim de papo.
–Hein? Não estou escutando direito.
–Vo-ta no Mi-to.
Davi voltou para casa emburrado.
–Essa Lurdinha é uma generala.
Ele acompanha os preços da gasolina.
–Vamos ver se o Bolsonaro cumpre a promessa.
–Mas como você é cabeça-dura, hein, Davi?
--Hein?
A burrice continua forte no país.
Mas nem sempre isso se traduz em claras perspectivas eleitorais.
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