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'Estação Espacial Internacional é farol de esperança e paz', diz astronauta europeia

Italiana Samantha Cristoforetti vai para sua segunda viagem ao espaço e afirma que guerra na Ucrânia não atrapalha a amizade entre astronautas e cosmonautas

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DW

Prestes a embarcar para o espaço, Samantha Cristoforetti diz que guerra na Ucrânia não interferiu no trabalho realizado entre cosmonautas e astronautas. Segundo ela, Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) um exemplo de cooperação internacional pacífica.

Enquanto na Terra a Rússia bombardeia alvos civis e militares na Ucrânia, no espaço cosmonautas e astronautas da União Europeia trabalham lado a lado. Essa cooperação deve continuar quando Samantha Cristoforetti decolar para a ISS no final deste mês.

A italiana Samantha Cristoforetti acena antes de embarcar para a Estação Espacial Internacional na nave Soyuz, em Baikonur, no Kazaquistão
A italiana Samantha Cristoforetti acena antes de embarcar para a Estação Espacial Internacional na nave Soyuz, em Baikonur, no Kazaquistão, em 2014 - Maxim Shipenkov - 23.nov.14/Pool/Reuters

Astronauta da Agência Espacial Europeia (ESA), Cristoforetti irá ao espaço com outros três tripulantes na missão Minerva. Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (11), ela ressaltou que o conflito terrestre não influenciou a forma como astronautas e cosmonautas trabalham juntos no espaço, a 400 quilômetros da Terra.

"Na estação espacial, a tripulação atual está trabalhando muito bem e eles não são apenas colegas, mas bons amigos a bordo. Como já disse muitas vezes, quando se tem uma missão a cumprir é preciso se concentrar no que há em comum, não no que divide", destacou Cristoforetti.

Primeira astronauta italiana a ir ao espaço, ela também enfatizou a importância da ISS como exemplo de cooperação internacional pacífica em tempos difíceis. "É um farol de esperança, de paz e de compreensão internacional. Tem sido assim desde o início e acredito que continua sendo assim até hoje", disse.

Missão Minerva

O lançamento dos integrantes da missão Minerva está programado para 21 de abril no Centro Espacial Kennedy, na Flórida (EUA). O comandante Kjell Lindgren, Robert Hines e Jessica Watson, todos da Nasa, fazem parte da equipe de Cristoforetti.

Em referência à deusa romana da sabedoria, que também era guerreira e protetora do artesanato e das artes, o nome da missão foi escolhido por Cristoforetti em homenagem à destreza de mulheres e homens cujo trabalho árduo tornou possível o voo espacial. A bordo, a italiana comandará o Segmento Orbital dos EUA, sendo responsável por todas as atividades nos módulos americano, japonês e canadense da estação.

Essa é a segunda vez que Cristoforetti vai à ISS, onde participou de uma missão entre 2014 e 2015. "Estou ansiosa para ter essa segunda experiência. Não há mais aquela sobrecarga de impressões e emoções e de toda a experiência. Dá para desacelerar a mente e curtir. Estou muito ansiosa para viver isso como uma passageira experiente, e não mais como novata", contou.

Experimentos com microgravidade

Durante a missão Minerva, Cristoforetti realizará experimentos e pesquisas em diversas áreas. Uma delas analisará os efeitos da microgravidade nas células ovarianas e poderá, no futuro, contribuir para tratamentos de doenças relacionadas aos ovários.

Em sua missão anterior, Cristoforetti se tornou a primeira astronauta a preparar café no espaço. Desta vez, ela levará azeite de oliva para a ISS, com o qual fará experimentos sobre mudanças na qualidade do óleo no espaço e também, segundo ela, para simplesmente adicionar um "gostinho de casa" na dieta.

Mestre em engenharia mecânica com especialização em propulsão aeroespacial e estruturas leves, ela trabalhará ainda com o braço robótico europeu, que foi enviado à ISS no verão passado. Essa estrutura pode manusear componentes de até 8.000 kg e com 5 milímetros, além de poder ser operado no interior e exterior da estação.

Entre 2014 e 2015, Cristoforetti esteve na estação por 200 dias e, na época, bateu o recorde feminino de permanência no espaço. Ela também conquistou o segundo lugar entre os astronautas da ESA por tempo de permanência ininterrupta no espaço, atrás apenas de seu colega italiano Luca Parmitano, que a venceu por apenas um dia de diferença.

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