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Empresa abre caminho para turismo espacial buscando inspirar quem fica

Apesar de ainda levar ricos para fora da Terra, Blue Origin tenta diversificar tripulações, como com o segundo brasileiro a ir ao espaço

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São Paulo

O voo NS-21 da Blue Origin foi, para a maior parte do mundo, um evento de pouca importância. Contudo, para Brasil e México, teve sabor especial. Afinal, voaram a bordo o segundo brasileiro, Victor Correa Hespanha, e a primeira mexicana, Katya Echazarreta, a irem ao espaço.

É mais um lance que mostra que a missão da companhia de Jeff Bezos não é meramente abrir caminho para que o turismo espacial se torne uma realidade —como de fato está fazendo—, mas também inspirar os que ficam aqui na Terra ao longo do caminho.

Uniformes, em cabideiro, dos integrantes da missão missão NS-21, da Blue Origin
Uniformes dos integrantes da missão missão NS-21, da Blue Origin - Blue Origin

Vemos esse traços em todos os voos com tripulação já realizados com o sistema New Shepard. Sem optar por levar apenas aqueles que têm fortuna suficiente para pagar uma passagem, a companhia tem aproveitado cada ocasião para tornar o voo especial para os que ficam aqui no chão.

Logo de cara, corrigiram uma brutal injustiça histórica. No primeiro voo tripulado, NS-16, realizado menos de um ano atrás, em julho de 2021, estava a bordo, além de Bezos, seu irmão Mark e jovem estudante holandês Oliver Daemen, a aviadora Wally Funk, que aos 82 anos se tornou a pessoa mais velha a ir ao espaço, batendo o recorde de John Glenn.

Funk havia sido uma das selecionadas pela Nasa para ser astronauta do projeto Mercury, no fim dos anos 1950, antes que a agência decidisse ter apenas homens nos voos. Não tinha dinheiro para pagar a passagem; fora convidada por Bezos.

Na missão tripulada seguinte, NS-18, voou ninguém menos que William Shatner. Ator que ficou famoso vivendo aventuras espaciais na TV como o capitão Kirk, de "Jornada nas Estrelas", bateu o recorde de idade de Funk e se tornou o mais velho no espaço, então com 90 anos. Também foi a convite de Bezos.

No NS-19, mais dois convidados: Laura Shepard Churchley, filha do primeiro astronauta americano, Alan Shepard, e Michael Strahan, âncora do programa de TV "Good Morning America" e ex-jogador de futebol americano do New York Giants.

O voo NS-20 também teria uma celebridade a bordo, o comediante americano Pete Davidson, do programa "Saturday Night Live", mas uma mudança na data da missão acabou o tirando da lista de passageiros, e voou em seu lugar Gary Lai, o projetista-chefe do New Shepard.

Com o voo NS-21 da Blue Origin, além de incluir um brasileiro e uma mexicana, a empresa atingiu e invejável marca de ter lançado 25 pessoas ao espaço. É uma viagem curta, três minutos no vácuo e em sensação de ausência de peso, e o sistema é simples, comparado a lançamentos espaciais voltados para os programas nacionais, mas há de se destacar a cadência e a segurança com que essas missões foram realizadas.

É um passo fundamental para torná-las mais populares, bem como a estratégia de manter alguma diversidade entre os passageiros, evitando cair num formato em que só voam magnatas —algo que rapidamente se tornaria cansativo. Ao ter alguns assentos ocupados por celebridades e pessoas comuns, a Blue Origin mantém a chama acesa em todos que por aqui sonham um dia ver a Terra do espaço.

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