Apesar de estarem se tornado mais frequentes, as viagens turísticas para o espaço ainda estão longe de serem algo barato ou acessível para a maior parte da população mundial.

A Blue Origin, empresa de Jeff Bezos (da Amazon) que levará o segundo brasileiro —depois de Marcos Pontes— ao espaço no sábado (4), não anuncia por quanto vende cada passagem. Mas, no ano passado, ela organizou um leilão para vender sua primeira passagem, que foi arrematada por US$ 28 milhões (R$ 133,7 milhões, em valores atuais).

O alto valor pode ser relacionado ao ineditismo da ação. Em 2022, em outro leilão da Blue Origin, um assento ficou por US$ 8 milhões (R$ 38,2 milhões).

Na Virgin Galactic, de Richard Branson, as reservas já saem ainda mais em conta —para os padrões atuais de turismo espacial. Por US$ 450 mil (R$ 2,1 milhões) é possível reservar uma poltrona para um voo suborbital. Até o momento, a empresa só fez um voo com a cabine completa, em 11 de julho de 2021. A previsão é que o próximo aconteça em 2023.

O turismo espacial tem aumentado devido a uma mudança tecnológica. Antes, as naves especiais costumavam ser descartadas depois de um voo, o que aumentava muito os custos da empreitada, que acabava restrita a iniciativas públicas.

Atualmente, porém, tanto empresas quanto governos tem desenvolvido equipamentos que podem ser reaproveitados, o que diminui os valores e deixa as viagens mais acessíveis.

A cápsula da New Shepard, veículo que levará o segundo brasileiro ao espaço, é recuperada e recauchutada para ser usada novamente, por exemplo. O mesmo ocorre com o lançador do módulo.

Com a possibilidade de reutilização, as empresas podem recuperar os investimentos feitos no desenvolvimento do veículo, e a tendência é que os preços continuem a cair.

No ano passado, a Blue Origin fez diversos voos. Em um deles, um dos passageiros era o o próprio Bezos, acompanhado por seu irmão Mark, pela aviadora Wally Funk e pelo estudante Oliver Daemen. A empresa também levou ao espaço o ator canadense William Shatner, 91, conhecido por interpretar o capitão James T. Kirk no seriado "Jornada nas Estrelas").

Além da empresa de Bezos e da Virgin Galactic, outro nome importante do setor é a SpaceX, de Elon Musk, responsável pela Inspiration4 —primeira missão composta somente por civis a orbitar a Terra, realizado em 2021. As rivais realizaram apenas voos suborbitais até o momento.

Para a Inspiration4, o comandante e idealizador da missão Jared Isaacman, teria pago, segundo a revista Time, US$ 200 milhões (R$ 954,9 milhões) por quatro lugares. Para escolher um dos integrantes do voo, foi feito um sorteio, que arrecadou US$ 113 milhões (R$ 539,5 milhões).