Amostra de asteroide de 4,5 bilhões de anos contém água e carbono, anuncia Nasa

Conteúdo do material trazido à Terra no fim de setembro foi anunciado nesta quarta, em cerimônia no Texas

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São Paulo

Estudos iniciais da amostra do asteroide Bennu coletada no espaço e trazida à Terra no fim de setembro indicam a presença de água e alto teor de carbono, anunciou a NASA (agência espacial americana) nesta quarta-feira (11), em evento no Centro Espacial Johnson, no Texas.

O asteroide possui cerca de 4,5 bilhões de anos, mesma idade do sistema solar, e expectativa é que a análise de seus compostos dê pistas de como nosso planeta e seus vizinhos se formaram.

"À medida que examinamos os segredos antigos preservados na poeira e nas rochas do asteroide Bennu, desbloqueamos uma cápsula do tempo que nos oferece insights profundos sobre as origens do nosso sistema solar", disse Dante Lauretta, pesquisador principal da Osiris-Rex, acrônimo para Explorador de Origens, Interpretação Espectral, Identificação de Recursos e Segurança de Regolito.

Amostras do asteroide Bennu contém água e carbono - Erika Blumenfeld e Joseph Aebersold/Nasa

Segundo Lauretta, a abundância de material rico em carbono e a presença de minerais argilosos contendo água são apenas a "ponta do iceberg cósmico".

"Essas descobertas, possíveis graças a anos de colaboração dedicada e ciência de ponta, nos impulsionam numa viagem para compreender não só nossa vizinhança celeste, mas também o potencial para o início da vida. A cada revelação do Bennu estamos mais perto de desvendar os mistérios da nossa herança cósmica", afirmou o pesquisador.

Administrador da Nasa, o ex-senador Bill Nelson reforçou que o estudo do material ajudará os cientistas a investigar as origens da vida no planeta.

"Missões como a Osiris-Rex vão melhorar a nossa compreensão dos asteroides que podem ameaçar a Terra, ao mesmo tempo que nos dão uma ideia do que está além. A amostra regressou à Terra, mas ainda há muita ciência por vir –ciência como nunca vimos antes", comentou.

Embora seja necessário mais trabalho para compreender a natureza dos compostos de carbono encontrados no material, a descoberta inicial é considerada um bom indício para as análises atuais, que reúnem mais de 200 cientistas de todo mundo, e futuras.

"Os segredos guardados nas rochas e na poeira do asteroide serão estudados nas próximas décadas, oferecendo insights sobre como o nosso sistema solar foi formado, como os materiais precursores da vida podem ter surgido na Terra e quais precauções precisam ser tomadas para evitar colisões de asteroides com nosso planeta", diz a Nasa.

A missão Osiris-Rex teve início há sete anos. Lançada em setembro de 2016 num foguete Atlas 5, a sonda chegou ao Bennu em 2018 e realizou o pouso para coleta de amostras em outubro de 2020.

De acordo com a Nasa, o procedimento se mostrou bastante eficiente, excedendo com folga o objetivo mínimo de 60 gramas de material colhido, e parte da amostra será reservada para pesquisas futuras. Uma parcela também será emprestada nos próximos meses para exposição ao público.

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