Descrição de chapéu Obituário Ennio Giulio Quirino Candotti (1942 - 2023)

Morre Ennio Candotti, fundador do Museu da Amazônia

Físico presidiu a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e recebeu o Prêmio Kalinga, da Unesco, de popularização da ciência

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São Paulo

Ennio Candotti, físico e fundador do Musa (Museu da Amazônia), morreu nesta quarta-feira (6), aos 81 anos.

O cientista nasceu em Roma, na Itália, em 12 de fevereiro de 1942, filho de Lívio e Maria Stefania. Aos dez anos, ele veio para o Brasil com a família e depois foi naturalizado brasileiro.

Depois de se graduar em física pela USP (Universidade de São Paulo), ele passou dez anos na Europa (entre Itália e Alemanha) estudando outras áreas, como geografia, história, ciências sociais e antropologia. Voltou ao Brasil em 1974 para ajudar na organização do Instituto de Física do Rio de Janeiro, seu primeiro passo no mundo científico nacional.

Homem sentado em banco olha para o horizonte
O físico ítalo-brasileiro Ennio Candotti, diretor e fundador do Musa (Museu da Amazônia), na torre de observação de 42 metros erguida no jardim botânico, em Manaus - Lucas Reis - 10.mai.2014/Folhapress

Candotti era presidente de honra da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e presidiu, de fato, a entidade de 1989 a 1993 e, também, de 2003 a 2007.

Em 1998, ele recebeu o Prêmio Kalinga, da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), de popularização da ciência.

Trata-se do prêmio mais antigo da instituição, datando de 1951, para pessoas ou entidades que, pelas contribuições significativas na popularização científica, "contribuíram para reduzir a distância entre a ciência e a sociedade".

Em 2002, Candotti fundou a International Union of Scientific Communicators, associação de comunicação científica com sede em Mumbai, na Índia, ao lado de cientistas locais e de outros países.

Em postagem na rede X, antigo Twitter, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prestou solidariedade aos familiares, amigos e alunos e disse que Candotti "sempre foi comprometido com o desenvolvimento cientifico brasileiro e a preservação do meio ambiente".

O Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), em nota, aponta a atuação do pesquisador "em prol das questões amazônicas foi incansável ao longo de 15 anos, sendo um defensor apaixonado pelo estudo e preservação da biodiversidade da região".

Em nota de pesar, a Ufam (Universidade Federal do Amazonas) classifica Candotti como "um dos maiores expoentes da ciência na atualidade".

A Finep também divulgou nota sobre a morte do cientista. "A Ciência brasileira está de luto", diz o texto.

A ideia para criação do Musa surgiu durante uma reunião da SBPC, em 2007, em Belém, quando o físico chefiava a entidade. Candotti, na ocasião, sugeriu a criação de um museu na floresta. Foi então convidado para cuidar da criação e direção do museu.

O Musa foi fundado dois anos depois. Em 2011, um pedaço da Reserva Florestal Adolpho Ducke foi cedida para a criação do Musa. O museu recebeu, em 2013 e 2014, verba do Fundo Amazônia, o que possibilitou a construção de laboratórios, trilhas e a conhecida torre de observação do Musa de 42 metros.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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