Descrição de chapéu Estados Unidos

Pela primeira vez, cirurgiões controlam robô no espaço

Com equipamento na Estação Espacial Internacional, médicos testaram técnicas para raspar, manipular e cortar tecido

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Washington | AFP

Cirurgiões baseados na Terra controlaram durante o fim de semana passado um pequeno robô a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), na primeira cirurgia em órbita da história, embora aplicada por enquanto a um tecido de borracha.

O experimento, descrito como um "enorme sucesso" pelos participantes, representa um novo passo no desenvolvimento da cirurgia espacial, que será necessária para tratar emergências médicas durante as múltiplas viagens tripuladas que serão feitas nos próximos anos, como a que tem como destino Marte.

A tecnologia poderia ser usada para desenvolver técnicas de cirurgia controladas remotamente também na Terra, para atender pacientes em áreas remotas.

O engenheiro Sean Crimmins e as estudantes Erika Smith e Rachael Wagner ajustam robô em Lincoln, Nebraska; equipamento foi utilizado em experimento no último sábado (10) para testar técnicas cirúrgicas na ISS - Craig Chandler - 23.ago.23/Virtual Incision/AFP

O robô, desenvolvido pela Virtual Incision (VIC) e pela Universidade de Nebraska, e chamado de spaceMIRA, foi lançado para a ISS no final de janeiro a bordo de um foguete SpaceX, de Elon Musk.

Enviado dentro de uma caixa do tamanho de um micro-ondas, o robô foi instalado pela astronauta da Nasa Loral O'Hara, que está no espaço desde setembro.

O experimento foi realizado no último sábado (10) e foi dirigido a partir da sede da Virtual Incision em Lincoln, Nebraska (Estados Unidos).

Durou cerca de duas horas, com seis cirurgiões se revezando para operar o robô equipado com uma câmera e dois braços.

"O experimento testou técnicas cirúrgicas padrão como raspar, manipular e cortar tecido. O tecido simulado era feito de faixas de borracha", disse a Virtual Incision em comunicado.

Em um vídeo compartilhado pela empresa, vê-se um braço equipado com pinças pegando a faixa de borracha e esticando-a, enquanto outro braço equipado com tesouras corta, simulando uma dissecação.

Uma dificuldade chave é o atraso temporal de cerca de 0,85 segundos entre o centro de operações na Terra e a ISS.

O mesmo experimento, com o mesmo equipamento, será realizado na Terra.

Segundo a Virtual Incision, o experimento foi considerado um enorme sucesso pelos cirurgiões e pesquisadores, com poucos contratempos. A expectativa da empresa é que o teste "mude o futuro da cirurgia".

A Nasa fornece apoio financeiro ao projeto. Para a agência espacial americana, com missões espaciais cada vez mais longas, "a potencial necessidade de cuidados de emergência aumenta, incluindo procedimentos cirúrgicos, desde suturas até operações mais complexas".

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.