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Nasa detecta sinais de plumas vulcânicas gêmeas na lua de Júpiter Io

Sonda Juno chegou ao gigante gasoso em 2016 e está em missão para explorar os anéis e luas do planeta

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Katrina Miller
The New York Times

No último dia 3, a sonda Juno da Nasa teve um segundo encontro próximo com Io, a terceira maior lua de Júpiter e o mundo mais vulcânico do nosso Sistema Solar.

A espaçonave Juno, que chegou ao gigante gasoso em 2016, está em uma missão estendida para explorar os anéis e luas de Júpiter. Sua última passagem, que complementou a primeira abordagem próxima da missão em 30 de dezembro, proporcionou ainda mais vistas da paisagem infernal da lua.

Lua de Júpiter, com metade clara e outra escura
Visão de Io, uma das luas de Júpiter, da Juno-cam na espaçonave Juno da Nasa, durante uma passagem em fevereiro de 2024 - Nasa/The New York Times

As violentas erupções de enxofre e compostos adicionais de Io dão à lua suas tonalidades laranja, amarela e azul. O processo é semelhante ao que acontece ao redor dos vulcões do Havaí ou dos gêiseres no Parque Nacional de Yellowstone, de acordo com Scott Bolton, físico do Southwest Research Institute que lidera a missão Juno. "Deve ser assim que Io é —em esteroides", disse ele. Ele acrescentou que provavelmente cheira como esses lugares também.

Lançadas no dia 4, as imagens mais recentes da Juno já estão prontas para descobertas. Bolton viu na superfície de Io o que parece ser uma dupla pluma vulcânica expelindo para o espaço —algo que a Juno nunca capturou antes. Outros cientistas estão observando novos fluxos de lava e mudanças em características familiares observadas em missões espaciais passadas, como a sonda Galileo, que fez várias abordagens próximas de Io nas décadas de 1990 e 2000.

"Essa é a beleza de Io", disse Jani Radebaugh, cientista planetária da Brigham Young University que não faz parte da missão Juno, mas colabora com a equipe em observações de Io. Diferentemente de nossa própria Lua, que permanece congelada no tempo, Radebaugh disse: "Io muda todos os dias, a cada minuto, a cada segundo".

As imagens das duas passagens próximas, durante as quais a espaçonave chegou a cerca de 1.500 km de Io, serão combinadas com instantâneos anteriores capturados pela Nasa da lua joviana. O objetivo, disse Bolton, é entender "o que realmente está por trás do mecanismo que impulsiona todos os vulcões, porque eles estão por toda parte".

Isso pode ser um oceano global de magma logo abaixo da crosta de Io —ou simplesmente bolsões de rocha derretida sob a superfície, como os que alimentam os vulcões da Terra. Pode levar semanas, até meses, antes que os cientistas comecem a encontrar respostas nos dados.

Essa é a última passagem próxima que a Juno fará de Io. Mas a missão continuará a realizar observações mais distantes a cada 60 dias, fornecendo aos especialistas da missão uma imagem da lua em constante mudança como um todo.

Esses dados serão igualmente valiosos, de acordo com Bolton.

"Todas as imagens são incríveis", disse ele. "Nunca sabemos realmente o que esperar".

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