Elefantes-asiáticos enterram filhotes mortos e choram, segundo estudo

Trabalho sugere comportamentos semelhantes aos rituais fúnebres dos humanos

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Nova Déli | AFP

Os elefantes-asiáticos enterram seus filhotes mortos e choram ruidosamente, de acordo com um estudo feito por pesquisadores indianos. O trabalho sugere comportamentos semelhantes aos rituais fúnebres dos humanos.

Os pesquisadores identificaram cinco locais no norte de Bengala, na Índia, onde elefantes-asiáticos enterraram filhotes mortos em 2022 e 2023, conforme indica o estudo publicado nesta semana no Journal of Threatened Taxa.

Os cinco filhotes —de menos de três meses a um ano— morreram devido à falha de um órgão.

Elefante-asiático (Elephas maximus), espécie que, segundo pesquisadores, enterra seus filhotes mortos - Fabrice Coffrini - 27.jul.22/AFP

Em cada um dos casos, os cientistas observaram que o grupo transportava o filhote morto pela tromba e patas antes de enterrá-los deitados.

Em uma das vezes, o grupo emitiu trombetas ruidosas ao redor do filhote estendido no chão, segundo os autores do estudo.

O estudo indica que apenas os filhotes são enterrados dessa forma, pois o transporte de adultos mortos "não é possível" devido ao tamanho e peso.

Os autores Parveen Kaswan e Akashdeep Roy afirmaram que suas pesquisas não revelaram "nenhuma intervenção humana direta" no enterro de cada um dos cinco elefantes.

No terreno onde foram enterrados havia marcas explícitas de 15 a 20 elefantes.

Os elefantes enterraram os filhotes nos canais de irrigação de plantações de chá, a centenas de metros de áreas habitadas por humanos.

Os elefantes são conhecidos por seu comportamento social e cooperativo, mas o enterro dos filhotes só havia sido estudado brevemente entre os elefantes-africanos.

O fenômeno ainda não havia sido explorado entre seus primos asiáticos, indica o estudo.

Apesar de não ser novidade que os elefantes selvagens da África e da Ásia visitam os restos de seus congêneres adultos durante os diferentes estágios de decomposição, esse estudo revelou comportamentos diferentes.

Nos cinco casos, o grupo "deixou o local 40 minutos após o enterro" e evitou retornar à área, usando rotas de migração paralelas.

Os elefantes da Ásia estão na lista de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza.

Cerca de 26 mil devem viver na natureza, especialmente na Índia, e alguns no sudeste asiático, de acordo com estimativas.

Na vida selvagem, fora dos cativeiros, os elefantes vivem, em média, entre 60 e 70 anos.

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