Descrição de chapéu China

Sonda chinesa decola da Lua com amostras do lado afastado do satélite

Após Chang'e 6 coletar material, bandeira do país foi hasteada no solo lunar

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AFP e Reuters

A sonda chinesa Chang'e 6 decolou com sucesso da Lua carregando amostras coletadas no lado oculto do satélite da Terra. O retorno teve início às 20h38 desta segunda (3), no horário de Brasília.

A partida bem-sucedida significa que a China está mais perto de se tornar o primeiro país a devolver amostras do lado oposto da Lua, que está permanentemente voltado para longe da Terra.

"A missão superou o teste de temperatura elevada no lado oculto da Lua", afirmou a agência espacial chinesa. O país é o único a já ter alunissado no lado afastado, sendo esta a segunda vez.

Em comparação com sua antecessora, Chang'e-5, que coletou amostras do lado próximo da Lua, a Chang'e-6 enfrentou um desafio técnico adicional de operar sem comunicação direta com estações na Terra, de acordo com a Administração Espacial Nacional da China (CNSA).

Em vez disso, a sonda dependia do satélite de retransmissão Queqiao-2, colocado em órbita em abril, para as comunicações.

A análise das amostras coletadas permitirá aos cientistas "aprofundar a pesquisa sobre a formação e evolução histórica da Lua", disse o porta-voz da missão, Ge Ping, citado pela Xinhua, agência estatal de notícias.

Também fornecerá informações sobre "a origem do Sistema Solar (...) com uma base aperfeiçoada para missões de exploração posteriores", acrescentou.

Batizada com o nome da mítica deusa lunar chinesa, a Chang'e-6 foi lançada em 3 de maio deste ano da província de Hainan, no sul da China.

Na noite do último sábado (1º), a sonda totalmente robótica pousou em um local até então inexplorado: uma gigantesca cratera chamada Apollo, na bacia Polo Sul-Aitken, no lado do satélite que está permanentemente fora da visão da Terra.

A missão Chang'e anterior coletou amostras do lado visível da Lua em dezembro de 2020, reiniciando esforços globais de recuperação de material lunar depois de um intervalo de 44 anos.

A missão Luna 24, lançada pela antiga União Soviética em 1976, coletou 170,1 gramas de amostras do Mare Crisium, ou mar das crises, no lado da Lua visível da Terra.

Entre 1969 e 1972, seis missões Apollo, todas com tripulação, coletaram 2.200 amostras pesando um total de 382 quilos, também do lado da Lua voltado para a Terra.

Bandeira chinesa

A sonda usou uma furadeira e um braço robótico para escavar o solo lunar, de acordo com a agência de notícias estatal Xinhua.

Uma vez coletado o material, uma bandeira nacional chinesa carregada pelo módulo de alunissagem foi hasteada pela primeira vez no lado afastado da Lua, segundo a Xinhua. A peça fica em uma haste presa à sonda.

Fotos de um buraco deixado na superfície lunar pela escavação se tornaram virais na plataforma de mídia social chinesa Weibo, depois que a emissora estatal CCTV disse que o buraco tinha o formato do caractere "zhong", uma referência à palavra chinesa para a China, "zhongguo".

A sonda se juntará a outra espaçonave em órbita. As amostras serão então transferidas para um módulo de retorno, que voará de volta à Terra, com um pouso na região da Mongólia Interior da China previsto para o dia 25 deste mês.

A bandeira vermelha da China com cinco estrelas amarelas é exibida na superfície lunar. A imagem captura um momento de exploração espacial, com o solo lunar acinzentado e o vácuo do espaço ao fundo.
Bandeira chinesa hasteada após a coleta de amostras; bandeira fica presa à sonda chinesa - CNSA/via Xinhua

Os cientistas consideram que o lado afastado da Lua tem um grande potencial para pesquisa, pois suas crateras não estão tão cobertas por antigos fluxos de lava como as do lado mais próximo da Terra.

Desde que chegou ao poder, o presidente chinês Xi Jinping promove o sonho espacial do país asiático.

Pequim destinou enormes recursos na última década para reduzir a distância para as duas potências tradicionais neste setor, Estados Unidos e Rússia.

A China já obteve conquistas notáveis, como a construção da estação espacial Tiangong, o pouso de robôs de exploração em Marte e na Lua e o envio de missões tripuladas em órbita.

O governo americano afirma que o programa aeroespacial da China esconde objetivos militares e pretende estabelecer seu domínio no espaço. O país asiático deseja enviar astronautas à Lua em 2030 e planeja construir uma base espacial.

Os Estados Unidos também pretendem mandar missões tripuladas à Lua nesta década. A Artemis 3, antes prevista para 2025, passou para setembro de 2026. A Nasa quer ainda construir uma estação espacial lunar chamada Gateway, que abrigará espaçonaves em missões posteriores.

Com Reuters

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