Descrição de chapéu astronomia

James Webb capta galáxias, em processo de fusão, que lembram pinguim e ovo

As duas coleções de estrelas estão a 326 milhões de anos-luz da Terra na constelação da Hidra

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Will Dunham
Washington | Reuters

A Nasa divulgou nesta sexta (12) imagens feitas pelo telescópio James Webb que mostram duas galáxias —uma apelidada de Pinguim e a outra de Ovo— em processo de fusão.

As duas estão a 326 milhões de anos-luz da Terra na constelação da Hidra —um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano, 9,5 trilhões de quilômetros.

"Vemos duas galáxias, sendo cada uma delas uma coleção de bilhões de estrelas. As galáxias estão em processo de fusão", afirmou Jane Rigby, cientista sênior do projeto Webb na Nasa —o telescópio completa nesta sexta dois anos de operações científicas.

"Essa é uma maneira comum de as galáxias, como a nossa, desenvolverem-se ao longo do tempo, crescendo de pequenas galáxias —como aquelas que o Webb encontrou logo após o Big Bang— em galáxias maduras como a nossa Via Láctea", explicou ela.

As galáxias Pinguim e Ovo em imagem feita pelo telescópio espacial James Webb - Nasa, ESA, CSA, STScI/via Reuters

Desde que se tornou operacional, o telescópio observou galáxias repletas de estrelas que se formaram dentro de alguns cem milhões de anos após o evento do Big Bang, que marcou o início do Universo, cerca de 13,8 bilhões de anos atrás.

As galáxias Pinguim e Ovo, que se misturam, são conhecidas coletivamente como ARP 142. Nas imagens, elas aparecem unidas por uma nebulosidade que é uma mistura de estrelas e gás em meio a sua fusão em câmera lenta.

Formalmente chamada NGC 2936, a Pinguim ganhou seu apelido porque sua forma, da perspectiva do telescópio, parece com a do pássaro. É uma galáxia em espiral, agora um pouco distorcida.

A Ovo, cujo apelido também é decorrente de sua forma, é a NGC 2937. Trata-se de uma galáxia compacta em forma elíptica.

Juntas nas imagens, as galáxias sugerem um pinguim com um ovo.

A interação entre elas, de acordo com a Nasa, foi iniciada entre 25 e 75 milhões de anos atrás, e espera-se que se tornem uma única galáxia daqui a centenas de milhões de anos.

Lançado em 2021, o telescópio James Webb detectou as galáxias mais antigas conhecidas e forneceu informações sobre a composição de planetas além do nosso Sistema Solar, conhecidos como exoplanetas, e a natureza das regiões de formação estelar no cosmos.

"Essa missão nos permitiu olhar para as galáxias mais distantes já observadas e entender o Universo muito antigo de uma nova maneira", disse Mark Clampin, diretor da divisão de astrofísica na sede da Nasa. "Por exemplo, com Webb, descobrimos que essas galáxias muito antigas são mais massivas e brilhantes do que esperávamos, levantando a questão: como elas ficaram tão grandes tão rapidamente?"

O telescópio foi projetado para ser mais sensível do que seu antecessor, o Hubble, que continua em operação.

"Webb é o maior e mais poderoso telescópio já colocado no espaço", destacou Clampin. "Ele captura luz infravermelha —comprimentos de onda de luz mais longos do que nossos olhos podem ver. Com sua incrível sensibilidade a esses comprimentos de onda, pudemos olhar para trás no início do Universo de uma maneira que missões anteriores não puderam, ver através de poeira e gás para o coração da formação de estrelas e examinar a composição das atmosferas de exoplanetas como nunca antes."

Olhando para o futuro, Clampin acrescentou: "Algumas das investigações mais emocionantes do James Webb serão coisas que nem sequer pensamos ainda."

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