Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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Alvaro Costa e Silva

Partido de Bolsonaro chama herói do PT para campanha da reeleição

O roteirista maluco do Brasil ataca novamente

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O que se viu na Faculdade de Direito da USP e em diversas capitais em torno da "Carta às brasileiras..." —que Bolsonaro chama de "cartinha dos mamíferos", desqualificando amplos setores da sociedade civil— era algo inimaginável dois meses atrás. Ainda mais tendo a Fiesp como cabeça do manifesto. Foi um trailer de que o roteirista do Brasil, que costuma nos atropelar com ideias tão disparatadas, pode reservar coisas boas para o futuro. Os enredos malucos, entretanto, continuam a surpreender. Dois deles agitaram a semana.

Se fosse uma tragicomédia de costumes dirigida por Mario Monicelli, a cena de abertura mostraria o quadro "Sol Poente", de Tarsila do Amaral, avaliado em R$ 300 milhões, escondido embaixo da cama num apartamento de Ipanema, onde morava um casal de mulheres golpistas de origem romena. Uma delas, à chegada da polícia, tentou fugir de gatinhas pelo parapeito da janela.

Sabine Boghici é suspeita de roubar a mãe, de 82 anos, mantida em cárcere privado desde 2020. Geneviéve era viúva de Jean Boghici, colecionador e galerista de prestígio internacional. No butim, cerca de R$ 725 milhões em obras de arte (além de Tarsila, Cicero Dias, Di Cavalcanti, Guignard, Gerchman), joias e três relógios Rolex. Companheira de Sabine, Rosa Stanesco —que se diz vidente e atuava sob o nome de Mãe Valéria de —Oxóssi convenceu a idosa de que os quadros estavam amaldiçoados.

O outro ardil da semana veio de Brasília (até aí nenhuma novidade) e envolve o Vermelho de Araraquara, considerado um herói no meio petista por revelar as conversas privadas de procuradores da Operação Lava Jato com o ex-juiz Sergio Moro. O hacker Walter Delgatti recebeu um convite para atuar na equipe de campanha de Bolsonaro (com quem se encontrou secretamente) encarregada de fazer uma apuração de votos paralela.

Contra as urnas eletrônicas está valendo tudo. De coronéis a hackers.

Walter Delgatti Neto, o 'hacker de Araraquara' - Matheus Pichonelli/UOL

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