Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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Alvaro Costa e Silva

O golpismo nas mídias sociais

Com Bolsonaro investigado, parlamentares da extrema direita assumem o trabalho da mentira

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Como doença insidiosa, o plano autocrata de Bolsonaro foi se infiltrando aos poucos nas instituições. Dentro do governo, no Congresso, nas Forças Armadas, nos órgãos do Judiciário (inclusive o STF), na PGR, nas polícias de maneira geral, nas agências de inteligência e fiscalização, nas administrações estaduais e municipais aliadas, nos meios de comunicação. Pode-se dizer que foi uma ação constante e sem alarde, tentando manter uma aparência de normalidade republicana —a famosa "moderação". Era o fascismo (ainda) envergonhado.

O segundo mandato completaria o processo. Como a sociedade e as próprias instituições sob ataque reagiram e a reeleição não veio, apesar das tentativas de manipulação do voto, encenou-se o enredo golpista às claras, culminando com a invasão e depredação dos prédios dos três Poderes, a intentona bolsonarista de 8/1, hoje negada pelos terraplanistas.

O ex-presidente Jair Bolsonaro sorri durante a cerimônia de abertura da feira Agrishow, em Ribeirão Preto - Miguel Schincariol/AFP

Em um só lugar, Bolsonaro foi sincero, jamais escondendo suas reais intenções. Desde a campanha eleitoral de 2018, ele considera as mídias sociais uma terra de ninguém. Um campo onde brota tudo com o qual o ex-presidente se identifica. A mentira em primeiro lugar, ao lado do racismo, da homofobia, do negacionismo científico, dos discursos de ódio, da violação de direitos humanos. Sem falar nos conteúdos ilegais e perigosos que, não controlados pelas plataformas, incentivam atentados nas escolas.

Sob efeito de morfina ou não, estando ele a falar no cercadinho do Alvorada para os membros robotizados da seita ou no salão do palácio diante do corpo diplomático internacional, as cargas de Bolsonaro contra a democracia foram pensadas na repercussão que alcançariam na internet.

Atualmente o celular do capitão anda com a bateria fraca. O trabalho sujo está com os parlamentares que, em consórcio com as big techs, usam a influência no mundo digital para boicotar o PL que regula as redes.

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