Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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Alvaro Costa e Silva

Perseguição, a palavra da moda no bolsonarismo

Ex-presidente usa eleições municipais para salvar a própria pele

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Bolsonaro preferiu engolir a pílula, e a seco. Para não destruir sua própria invenção como candidato a prefeito do Rio, dobrou a aposta em Alexandre Ramagem. No entanto, não conseguiu desfazer o clima de desconfiança e traição.

Bolsonaro sabia ou não do áudio em que trama a blindagem do filho 01 no caso das "rachadinhas"? Ramagem o gravou às escondidas? E por que guardou a gravação em seu computador particular? Há outras, como suspeita a PF? Depois que a reunião secreta se tornou pública, o ex-chefe da Abin afirmou que não agiu de forma clandestina e teve o aval do ex-presidente. Por que então, no primeiro momento, aliados do capitão disseram que ele ficou "furioso", cogitando uma troca de seis por meia dúzia, com o general Pazuello no lugar de Ramagem na disputa à prefeitura?

O ex-presidente Jair Bolsonaro com o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) durante ato no Rio de Janeiro - Mauro Pimentel/AFP

Para evitar um estrago maior, a campanha de Ramagem, que patina nas intenções de voto, ganhou uma sobrevida, com a utilização de velha tática. Como fez em outras situações de crise por causa de investigações que o atingem, Bolsonaro partiu para demonstrar força nas ruas —uma força imaginária, pois os atos não têm atraído grandes plateias.

Ao lado do delegado, numa imagem que lembra o abraço de urso, o capitão garante que, assim como ele, seu escolhido é alvo de perseguição —palavra que entrou e não mais saiu do dicionário bolsonarista. A candidatura de Ramagem, ou de qualquer outro, é só mais uma peça no jogo. Bolsonaro está pouco ligando para o Rio. Quer salvar a pele e, se faturar um lance por baixo dos panos, candidatar-se em 2026.

No canto oposto está Eduardo Paes, com desenvoltura para "derrotar" até o PT. O indicado a vice na chapa da reeleição deverá ser o deputado Pedro Paulo. O partido de Lula terá de contentar-se com cargos, em caso de vitória, e apoio na eleição ao Senado. Deixando a prefeitura para tentar o governo do estado, Paes contará com a máquina pública.

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