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PL oficializa candidatura de Ramagem à Prefeitura no Rio, e vice segue indefinida

Partido decide que vaga de vice será ocupada por mulher; PL tem opção de acatar indicação do MDB ou definir chapa 'puro sangue'

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Rio de Janeiro

O PL oficializou nesta segunda-feira (22) a candidatura do deputado federal Alexandre Ramagem à Prefeitura do Rio de Janeiro.

A convenção do PL não definiu nome para a vaga de vice na chapa, mas o deputado confirmou que o partido vai escolher uma mulher. A definição deve acontecer até a próxima semana.

O evento do PL nesta segunda não contou com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que esteve no Rio na última semana em agendas públicas para campanha de rua com o aliado. O filho Carlos Bolsonaro (PL), vereador no Rio, esteve ao lado de Ramagem.

O diretório do PL no Rio preparou um evento protocolar. Ramagem e deputados estaduais discursaram na sede do partido.

Convenção do PL em que foi oficializada a candidatura de Alexandre Ramagem à Prefeitura do Rio de Janeiro - Onofre Veras/Thenews2/Agência O Globo

A temporada das convenções partidárias começou no último sábado (20), dando início ao período de duas semanas para a formação do cenário eleitoral nas principais capitais brasileiras, incluindo o Rio.

Quanto ao posto de vice na chapa de Ramagem, ainda não há definição no PL quanto a se o partido aceitará a indicação do MDB ou se emplacará uma chapa 'puro sangue'.

O MDB sugeriu o nome da ex-deputada estadual e pré-candidata a vereadora Rosane Félix, radialista gospel e aliada do ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis, presidente estadual da legenda. Outro aliado, o Republicanos chegou a negociar aliança com a indicação da deputada estadual Tia Ju, mas o nome tem perdido força internamente.

Caso opte por uma vice do próprio partido, as postulantes são a deputada federal Chris Tonietto (PL-RJ) e a deputada estadual Índia Armelau (PL).

"A escolha não é só por querer que seja uma mulher. As mulheres que estamos sugerindo e procurando são definitivamente o melhor que temos", afirmou Ramagem, em entrevista coletiva nesta segunda após a convenção do partido.

"A gente está trabalhando para que [a vice] esteja adequada aos nossos princípios, aos nossos valores, que seja uma mulher conservadora, que defenda as nossas pautas de família, vida e defesa do nosso Brasil."

Além de discutir as opções entre aceitar indicação de fora ou apostar em um nome do próprio partido, o PL também debate qual é o melhor perfil para a vaga de vice.

Um dos caminhos é atrair ainda mais o eleitorado evangélico. Rosane Félix é cantora gospel vinculada a Assembleia de Deus e radialista da 93 FM, uma das rádios evangélicas de maior audiência no Rio de Janeiro. Tia Ju, nome sugerido pelo Republicanos, é da Igreja Universal do Reino de Deus.

O voto evangélico é disputado também por Paes, que recebeu apoio do deputado federal bolsonarista Otoni de Paula (MDB).

A deputada Chris Tonietto, que tem a pauta antiaborto como principal tema, é a opção da ala do PL que defende um perfil semelhante ao da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Índia Armelau, deputada estadual de primeiro mandato, é defendida por integrantes do PL que entendem que a captação de votos pelas redes sociais deve ser a prioridade. Ela tem forte atuação nas redes sociais e discurso enérgico.

Integrantes do PL acreditam que o estilo informal e inquieto de Índia Armelau complementaria a seriedade de Ramagem.

Durante périplo de Bolsonaro pelo Rio de Janeiro, na última semana, Índia e Chris Tonietto estiveram em palanque ao lado do ex-presidente e de Ramagem. Índia discursou na Tijuca, zona norte do Rio, com direito a palavrões. Chris Tonietto fez fala direcionada às famílias conservadoras em Campo Grande, na zona oeste da capital fluminense.

Na convenção do PL, Ramagem repetiu discurso de que é alvo de perseguição ao falar sobre as investigações da Polícia Federal sobre suposto monitoramento irregular na Abin (Agência Brasileira de Inteligência) sob sua gestão. Na semana passada, o deputado depôs por quase sete horas na sede da PF, no Rio.

"Eu acredito que é uma grande perseguição que se verifica que não há crime. Elegeram a mim como alvo de investigações sem ter conduta criminosa alguma. Infelizmente, é muito negativo para nós que haja essa perseguição grande. Mas, por outro lado, eu vejo que o Carioca está notando essa perseguição."

A campanha de Ramagem será focada na ordem pública. As críticas ao atual prefeito Eduardo Paes (PSD) serão direcionadas à pauta da segurança, segundo integrantes do partido. O principal argumento preparado pelo PL será o de que, apesar de atribuição estadual, o município poderia contribuir com a segurança pública.

"Nós queremos colocar a ordem pública e a segurança como prioridades. Com a ordem pública chegando, o comércio e a indústria voltarão e crescerão no Rio de Janeiro", disse Ramagem.

No sábado, o diretório municipal do PSD no Rio oficializou, por sua vez, o nome de Paes como candidato à reeleição —também sem escolher o candidato a vice na chapa, o que só deve ocorrer em agosto.

Delegado da PF desde 2005, Alexandre Ramagem, 52, ficou próximo de Bolsonaro e de seus filhos em 2018, ano em que fez a segurança do ex-presidente, então candidato. Em 2019, assumiu a direção da Abin, onde ficou até março de 2022. Foi eleito deputado federal com 59 mil votos.

Em 2020, chegou a ser nomeado para comandar a PF, mas teve a nomeação suspensa pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Desde o ano passado, é alvo de uma investigação da PF que apura suspeita de espionagem clandestina de autoridades públicas como magistrados, adversários políticos e jornalistas.

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