Ana Cristina Rosa

Jornalista especializada em comunicação pública e vice-presidente de gestão e parcerias da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública)

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Negros elegerão Lula

A se confirmarem as pesquisas, será a primeira vez que o voto negro estará claramente vinculado à eleição de um presidente

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As eleições 2022 evidenciaram o poder do voto negro. Seja em primeiro ou em segundo turno, ao que tudo indica Luís Inácio Lula da Silva será eleito pelos negros. Chegará à Presidência da República pela escolha de pretos e pardos.

A se confirmarem as pesquisas, esta será a primeira vez que o voto negro estará claramente vinculado à eleição de um presidente da República.

Foi isso o que mostrou o Datafolha com base nas intenções de voto por cor da pele divulgado na antevéspera das eleições gerais deste domingo (2). Pelo levantamento, o petista lidera a disputa com ampla vantagem entre o eleitorado preto e pardo –que é a maioria dos brasileiros.

Apoiador com boneco do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em caminhada na rua Augusta, na região central de São Paulo - Mathilde Missioneiro/Folhapress

Entre os autodeclarados pretos, Lula passou de 55% para 57% das intenções de voto na última semana. Jair Bolsonaro foi de 25% para 26%.

Líder nas pesquisas de intenção de votos desde o início desta campanha eleitoral, o ex-presidente oscilou de 48% para 49% das intenções de votos entre os pardos. Já o atual presidente da República manteve os 32% da amostragem anterior.

Enquanto isso, entre os eleitores brancos, Lula e Bolsonaro seguiram empatados com 41%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, no geral, e de três pontos entre os pretos.

Se o escrutínio dos votos bater com as enquetes, seguramente os movimentos sociais negros irão cobrar –e com razão– a representação dessa parcela do eleitorado no futuro governo. Será preciso abrir espaço para abrigar a representação negra entre os integrantes de postos chave da alta administração.
Não se trata de um governo para os negros e sim com os negros.

Tanta morte, tanta dor e tanta fome haveria de produzir mudanças em algum momento.

Além disso, tal água mole em pedra dura, não é de hoje que os ativistas vêm insistindo na exposição das prioridades em defesa do povo negro brasileiro e nas "reivindicações compartilhadas entre gerações e em convenções e tratados internacionais nos quais o Brasil é signatário", como ressalta a Coalizão Negra por Direitos em sua plataforma de propostas de políticas públicas para as eleições 2022.

Mais que nunca, é tempo de criar as condições para construir um projeto de país justo, democrático e igualitário. Para todos.

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