Afirmar o óbvio nunca foi tão necessário e urgente. Por isso o registro: independentemente de características e condições individuais —como origem regional, crença, orientação sexual, cor da pele, grau de escolaridade e nível de renda—, todo cidadão brasileiro tem igual valor no processo eleitoral.
Desde a redemocratização, conquistamos o poder de participar diretamente da construção do destino do nosso país a partir das manifestações de vontade daqueles que se alistam para comparecer às urnas. E cada um possui, de fato e de direito, a mesma relevância: um eleitor, um voto.
Embora alguns expressem extrema dificuldade de aceitar, uma das grandes virtudes do Estado democrático é a tolerância e o respeito às diferenças. Isso pressupõe que os governados não podem ser subjugados ou tratados de forma agressiva por manifestarem oposição. Democracia não condiz com arroubos autoritários e tampouco com manifestações preconceituosas e mesquinhas.
No Nordeste, região onde a desigualdade social é gritante e a fome vergonhosamente está presente em metade dos lares em que há crianças menores de 10 anos, existem vários exemplos de que é possível mudar radicalmente o cenário vexatório da educação brasileira. As dez melhores escolas públicas do ensino fundamental do país estão no Ceará, segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Mas, para que esses modelos sejam replicados e transformem a realidade nacional, é preciso vontade política e planejamento. E, infelizmente, não é o que se tem visto. Tanto que, no Orçamento de 2022, os ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia e Inovações foram as pastas com maior volume de recursos "contingenciados".
Como entoou a rainha Elza Soares na canção "O que se cala": Mil nações moldaram minha cara/ Minha voz uso pra dizer o que se cala/ Ser feliz no vão, no triz, é força que me embala/ O meu país é meu lugar de fala.
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