Ana Cristina Rosa

Jornalista especializada em comunicação pública e vice-presidente de gestão e parcerias da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública)

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mercado de trabalho

Não é só sobre diversidade

É também sobre uma mudança de cultura organizacional para incluir todas as pessoas

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É crescente o número de corporações que têm dedicado atenção à diversidade, tendência que vem balizando os mercados contemporâneos. Não por acaso, atualmente esse também é um dos fatores determinantes para atrair investidores.

No começo do ano, o tema ganhou destaque no setor público, que abriu espaços inéditos para indígenas, negros e mulheres em postos de gestão. Ainda assim, é importante que se diga que seguimos muito distantes de alcançar um nível de correspondência com a demografia nacional.

Levantamento recente apontou que apenas 14% dos cargos de primeiro escalão dos governos estaduais são comandados por pessoas pretas e pardas, que compõem 56% da população brasileira, segundo o IBGE. Além disso, pequenas e médias empresas, que são as maiores empregadoras no país, em geral não possuem ações voltadas à diversidade e inclusão.

Folha promoveu debate sobre desigualdade racial na última terça (5). Para os especialistas, brancos precisam renunciar aos seus privilégios para combater verdadeiramente a desigualdade racial no país
Levantamento recente apontou que apenas 14% dos cargos de primeiro escalão dos governos estaduais são comandados por pessoas pretas e pardas - Freepik

Pode-se dizer que as mudanças ainda estão restritas ao plano simbólico. Na prática, a maioria das ações é superficial, desconectada da estratégia de negócios e não resulta em alteração de estruturas ou em políticas públicas.

Evidente que diversificar os perfis dos profissionais no mercado de trabalho é fundamental. Mas simplesmente empregar um negro, um indígena ou uma mulher, por si só, não resolve tudo. Não é apenas sobre diversidade nas contratações. É também sobre uma mudança de cultura organizacional para incluir todas as pessoas. As contratações não podem ser reflexo exclusivo de uma tendência de mercado.

Nesse sentido, a carência de mecanismos efetivos para colocar um freio de arrumação no abismo alimentado pelas conhecidas desigualdades é enorme. Tanto que profissionais negros ocupam menos de 5% dos cargos de liderança nas empresas.

Afinal, o que está sendo feito para criar uma cultura inclusiva dentro das instituições? O antirracismo faz parte da cultura organizacional? Por banal que pareça, por vezes é necessário indagar o óbvio.

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