Ana Fontes

É empreendedora social e fundadora da RME (Rede Mulher Empreendedora). Vice-presidente do Conselho do Pacto Global da ONU Brasil e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República

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Ana Fontes
Descrição de chapéu Todas desigualdade de gênero

Onde fica o espaço delas?

É difícil aceitar, mas a verdade é que as mulheres têm poucos espaços para chamar realmente de seus

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Sempre falo sobre a importância de as mulheres terem seus espaços, seja para dividir as dores da maternidade, do empreendedorismo ou simplesmente sobre ser mulher. Afinal de contas, vivemos numa sociedade que nos reprime e vários números mostram isso, como a porcentagem de mulheres em cargos de alta liderança, seja dentro de empresas privadas ou públicas, por exemplo. Apesar de neste ano termos sido maioria nas Olimpíadas, demorou mais de 100 anos para isso acontecer. Entende o que quero dizer?

É difícil aceitar, mas a verdade é que as mulheres têm poucos espaços para chamar realmente de seus. Para as empreendedoras, por exemplo, a maioria delas não tem um lugar para conversar sobre as dores do empreendedorismo e, pior ainda, muitas sofrem com a "falta de tempo", porque depois de longas horas de trabalho, ainda chegam em casa e começam outra jornada de trabalho, agora de cuidado dos filhos, da casa e muitas das vezes do próprio marido. Por construções sociais, a maioria ainda não divide as tarefas domésticas, o que melhoraria bastante a vida das mulheres.

A imagem mostra uma mulher sentada em posição de lótus sobre uma mesa de escritório. Ela está cercada por elementos como folhas de papel, uma planta, uma xícara de café, um relógio e uma lista de tarefas. Ao lado da mesa, há uma cadeira de escritório. O fundo é de uma cor neutra.
Para as empreendedoras, por exemplo, a maioria delas não tem um lugar para conversar sobre as dores do empreendedorismo - Nuthawut/Adobe Atock

Ainda dentro deste ambiente, mas na área mais corporativa, o mesmo se repete. Em um ambiente majoritariamente masculino, elas também sofrem para conquistar seus espaços, principalmente na hora de concorrer às vagas de liderança. Isso quando elas são consideradas para ocuparem essas posições, é claro. Eu mesma trabalhei durante anos numa empresa em que era deliberadamente deixada de fora dos passeios dos homens, que não me chamavam para os happy hours depois do trabalho, e isso, claro, era pelo fato de ser uma das únicas mulheres em cargo de liderança em uma empresa comandada quase exclusivamente por homens.

É claro que vivendo isso na pele, não poderia ficar parada sem fazer nada. Foi por causa da falta de espaços que nasceu a Rede Mulher Empreendedora e, posteriormente, nossos eventos internos, como o Festival RME. Nele, as mulheres têm a chance de passarem dois dias imersas em um ambiente voltado totalmente para o empreendedorismo feminino, que tem como intuito ajudar as que desejam empreender e também expandir o conhecimento daquelas que já o fazem por meio de mentorias, workshops, networking, palestras e muito mais.

Ainda não estamos em todos os espaços, mas com certeza estamos lutando para ocupar todos os lugares que nos são pertinentes.

Como parte da iniciativa Todas, a Folha presenteia mulheres com três meses de assinatura digital grátis

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