Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Bruno Boghossian
Descrição de chapéu Eleições 2018

Disputa Bolsonaro x Haddad pode ser resolvida no eixo Nordeste-SP-MG

Desempenho do PT entre nordestinos garante empate em segundo turno, mostra o Datafolha

Se as próximas semanas confirmarem um embate entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad no segundo turno, o próximo presidente deverá ser escolhido mais uma vez na balança de votos do triângulo Nordeste-São Paulo-Minas.

Os 88 milhões de votos em jogo nesses três locais serão decisivos para desatar o empate numérico apontado pela nova pesquisa do Datafolha. Na simulação de um confronto direto, os candidatos do PSL e do PT aparecem com 41% cada.

Haddad começa a dominar o território nordestino com alta velocidade e já tem o dobro das intenções de voto de Bolsonaro na região: 55% contra 27%.

Os nove estados do Nordeste concentram um a cada quatro eleitores do país e são uma fortaleza petista. Nas últimas eleições, forneceram um colchão ao partido para compensar desempenhos fracos em outras regiões.

Em 2014, Dilma Rousseff (PT) venceu Aécio Neves (PSDB) no segundo turno com uma vantagem de mais de 12 milhões de votos no Nordeste.

O desempenho de Bolsonaro é equilibrado por seus bons resultados no Sul (52% contra 32% de Haddad no segundo turno) e no Sudeste (45% contra 37%). A vantagem ainda não é suficiente para dar uma vitória ao candidato do PSL.

Segundo o Datafolha, Bolsonaro recupera terreno em estados como São Paulo. Em um segundo turno, o candidato do PSL teria 44%, contra 39% de Haddad.

Os números de Bolsonaro entre os paulistas, por enquanto, são mais tímidos do que aqueles conquistados por outros adversários do PT em eleições recentes. Há quatro anos, Aécio teve quase 7 milhões de votos a mais do que Dilma no estado no segundo turno.

A vitória em São Paulo costuma compensar parte das perdas dos adversários do PT no Nordeste, mas o desempenho em outros estados-chave é crucial. A derrota do PSDB em 2014 é atribuída ao mau resultado em Minas Gerais, onde Dilma teve vantagem de 500 mil votos.

Bolsonaro aparece à frente de Haddad entre os mineiros na simulação de segundo turno: 44% contra 38%. O estado é o segundo maior colégio eleitoral do país, com mais de 15 milhões de votos em disputa.

Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), candidatos à Presidência da República - Rodolfo Buhrer/Reuters; Nelson Almeida/AFP

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