Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Lula e PT enxergam 3º turno em eleição para comando da Câmara

Aliados do ex-presidente falam em ter petista no comando da Casa para reduzir influência do centrão

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Lula e o PT parecem convencidos de que ganhar a eleição não será suficiente para governar. No último encontro entre o ex-presidente e Geraldo Alckmin, a dupla discutiu as dificuldades que o próximo ocupante do Palácio do Planalto deve ter com um Congresso cada vez mais poderoso. O foco das preocupações tem nome e sobrenome: Arthur Lira.

Petistas veem uma espécie de terceiro turno no horizonte caso Lula vença a disputa nacional. O partido quer ampliar um bloco de deputados de esquerda e formar alianças com legendas como o PSD para eleger um novo presidente da Câmara em fevereiro de 2023 –a preferência é por um nome do próprio PT. Por enquanto, uma composição com Lira não está nos planos.

O atual chefe da Câmara adota um tom de desconfiança em relação ao líder das pesquisas. Em entrevista ao Valor Econômico, Lira insinuou que Lula encontrará obstáculos se o Congresso mantiver uma maioria de centro-direita (o que inclui a massa fluida de deputados do centrão).

O PT teve o apoio desse grupo em seus quatro governos, mas o equilíbrio entre presidente e Congresso mudou desde então. O centrão ganhou peso com a expansão bilionária das emendas parlamentares e passou a depender menos da boa vontade do Planalto. Sem força para acabar com essa festa, Lula procura alternativas para o jogo.

Segundo cálculos feitos por petistas, uma federação PT-PSB-PC do B-PV poderia eleger até 140 deputados. É pouco para escolher o presidente da Câmara. A ideia é engordar a coalizão com legendas como PSD e MDB (as duas siglas poderiam se revezar na presidência do Senado). Nem mesmo uma conversa com o PL de Valdemar Costa Neto estaria descartada. Derrotado, Jair Bolsonaro seria página virada em 2023.

Além do poder absoluto sobre processos de impeachment, o chefe da Câmara controla a agenda de votações e, na prática, determina se o governo anda para a frente ou não. Uma aposta nessa disputa pode determinar o destino de um presidente.

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