Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Lula explora chance de eleição no 1º turno como mote de campanha

Mesmo com incerteza, petista fala em expectativa de vitória para reduzir abstenção e buscar impulso final

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Há pouco mais de um mês, coordenadores da campanha de Lula hesitavam diante da possibilidade de uma vitória em primeiro turno. O petista aparecia com 52% dos votos válidos nas pesquisas, mas seus aliados diziam que a tendência era que a corrida ficasse mais apertada e que, por isso, era melhor manter os pés no chão e pensar no segundo turno.

De fato, a vantagem do ex-presidente sobre os adversários diminuiu nas semanas seguintes. A última sondagem do Datafolha mostra que Lula manteve uma liderança confortável, mas a lenta subida de Jair Bolsonaro e a variação de outros candidatos empurraram o petista para 48% dos votos válidos, no limite da margem para liquidar a corrida.

O petista, no entanto, se moveu no sentido contrário. Lula nunca falou com tanta frequência na chance de vitória no primeiro turno.

Na semana passada, o ex-presidente disse estar convencido de que era possível ter maioria absoluta dos votos válidos em 2 de outubro. Depois, afirmou que faltava só "um tiquinho" para ultrapassar a marca dos 50%. Nesta terça (13), segundo relato do jornal O Globo, ele voltou ao assunto numa conversa com apoiadores e declarou que sempre teve vontade de ganhar no primeiro turno.

Lula adotou essa chance como um mote de campanha. É um discurso direcionado, em parte, a seus próprios apoiadores. A ideia é manter o engajamento de quem já vota no petista e tentar garantir que todos esses eleitores apareçam para votar.

Ainda que não existam dados suficientes para traçar o perfil de quem não vota, aliados do ex-presidente temem que a abstenção pese mais sobre o eleitorado de baixa renda, que está majoritariamente com Lula.

Martelar publicamente a imagem de uma eleição em primeiro turno ainda pode provocar certa antipatia em adversários como Ciro Gomes e Simone Tebet. Mas o plano é driblar os candidatos e criar uma expectativa de vitória entre os eleitores interessados em derrotar Bolsonaro —mesmo que, até aqui, eles só queiram apoiar Lula no segundo turno.

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