Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Descrição de chapéu Eleições EUA

Nova voltagem da eleição deve moldar escolhas políticas de Trump

Após tédio com Biden em 2020, sequência de acontecimentos muda sentimento da disputa nos EUA

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Brasília

A eleição de 2020 nos EUA deu uma vitória ao tédio. Joe Biden se consagrou como uma opção enfadonha após quatro anos de acrobacias protagonizadas por Donald Trump. A próxima votação, em novembro, ocorrerá num ambiente muito mais favorável para o republicano.

A última série de acontecimentos da campanha americana reflete e ajuda a cristalizar os sentimentos que devem marcar esta disputa. A corrida tende a se mover mais pela alta voltagem e pelo caos que favorecem a política de Trump do que pela busca por previsibilidade.

O prólogo desta sequência foi a intensificação dos questionamentos sobre a figura de Biden. A suposta vantagem da placidez foi vigorosamente substituída por incertezas sobre sua capacidade de comando.

O favoritismo de Trump ganhou corpo no sentido inverso das dúvidas sobre Biden, deixando o republicano mais confortável com suas convicções. Sem embarcar em previsões precipitadas, é possível dizer que o estarrecedor atentado contra o ex-presidente empurra parte do eleitorado na mesma direção.

O ataque a Trump tem efeito inevitável sobre uma larga fatia de seguidores fiéis, que enxergaram a polarização política materializada naqueles tiros. Eles estarão mais engajados na campanha e tenderão a exigir que o republicano siga suas preferências mais expressivas em caso de vitória, fazendo pouca ou nenhuma concessão aos adversários.

A agitação desestimula, de outro lado, americanos que respondem mal à polarização. Muitos são eleitores independentes que ajudaram Biden a vencer há quatro anos e, desta vez, podem ficar em casa num país em que o voto não é obrigatório.

Para completar, a aposta de Trump num candidato a vice alinhado a suas plataformas mais divisivas reflete a confiança de um político que escolheu dispensar acenos a eleitores centristas, moderados ou que simplesmente torcem o nariz para seu populismo barulhento. As circunstâncias políticas da eleição oferecem o molde para um eventual governo.

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