Catarina Rochamonte

Doutora em filosofia, pós-doutoranda em direito internacional e autora do livro 'Um Olhar Liberal Conservador sobre os Dias Atuais'

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A agenda anti-Moro

O que mais pesa para a onda de ataques ao ex-ministro nesse momento é o seu capital político

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Comumente a paixão política faz surgir narrativas que distorcem a realidade e em meio às quais os apaixonados se movem com ressentimento e má-fé. Alguns desses se reuniram em um grupo chamado Prerrogativas, dedicado especialmente à ocupação mesquinha de levar adiante uma “agenda anti-Moro.”

Articulados no tal grupo, advogados que atuaram ou atuam na defesa de alvos da Lava Jato querem impedir o ex-ministro de refazer seu registro na OAB e exercer a advocacia. Faz parte também da agenda do grupo “divulgar que avanços autoritários e antidemocráticos surgidos no bolsonarismo são um legado da Lava Jato e têm a paternidade de Moro”. Uma integrante do Prerrogativas diz que se trata de cobrar “olhar lúcido” sobre a atuação de Sergio Moro. Resolvemos contribuir também com nosso olhar lembrando que:

Moro não condenou apenas políticos do PT, mas de vários partidos —da esquerda, do centro e da direita—; suas sentenças foram, com eventuais abrandamentos ou agravamentos, corroboradas pelas instâncias superiores; seus julgamentos não derivaram do seu capricho, mas de investigações da Polícia Federal e denúncias do Ministério Público; o legado da Lava Jato foi o combate à corrupção e a esperança de renovação política com a moralização da vida pública.

O que mais pesa para a onda de ataques a Moro neste momento é o seu capital político e a possibilidade de, em 2022, rivalizar com os extremos à esquerda e à direita.

Sendo assim, parte da direita desconsidera solenemente que tudo o que Moro afirmou em coletiva e em depoimento vem se confirmando, e bolsonaristas seguem firme acusando-o de traidor, como se a lealdade a um líder fosse mais importante que a fidelidade a princípios.

De todo modo, é lamentável que, no momento em que o país passa pela pior crise sanitária da sua história, agendas baseadas em cálculos eleitorais e ressentimentos políticos tirem o foco da agenda de combate à pandemia.

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