Claudia Costin

Diretora do Centro de Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial.

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A agenda dos novos prefeitos e a educação

Candidatos devem organizar volta às aulas segura e estruturar a educação para este século

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Concluído o primeiro turno das eleições com um índice alto de abstenções, dada a insegurança entre a parcela mais velha da população frente à Covid-19, já temos alguns prefeitos selecionados e a clareza de quem integrará a Câmara Municipal das cidades. Um período de transição se inicia para os municípios em que houve troca de titular e, em outros, um segundo turno demandará aglutinação de forças em torno de cada candidato, o que levará a novas alianças.

O que deve orientar a preparação dos prefeitos já eleitos e as escolhas dos eleitores que irão votar no dia 29 de novembro é o que configura a agenda para os próximos quatro anos. Se o cerne das propostas são os costumes, há algo de profundamente errado com o pretendente ao cargo; afinal, os prefeitos não têm entre suas atribuições a de fiscalizar opções pessoais dos cidadãos quanto a condutas que não interfiram com o coletivo, como escolhas matrimoniais, preferências de indumentária ou até religiosas, inclusive a de não ter religião.

Evidentemente, isso não exime os futuros governantes de terem ética na vida pública, mas um comportamento virtuoso no manejo dos recursos públicos é pré-condição, e não realização de governo. Assim, é fundamental que eles digam o que propõem para os principais problemas que afetam a cidade, em termos de ações factíveis e políticas públicas sólidas.

Vivemos uma grave crise sanitária, que acarretou uma não menos grave crise econômica e outra educacional, com alunos afastados das escolas há mais de oito meses. Isso impacta muito a vida urbana, ao mesmo tempo em que cria uma grande insuficiência de recursos fiscais para assegurar o enfrentamento dos principais problemas.

Assim, o novo prefeito terá que pensar em priorização e em sequenciamento de medidas, dentro de uma visão de políticas públicas que demandam continuidade e de um desenvolvimento realmente inclusivo na sua cidade. Ele terá que lidar com pressões fortíssimas de interesses encastelados e dar respostas aos principais problemas que incluiu em seu programa e evitar que eles se tornem, como dizia o grande especialista em planejamento governamental chileno Carlos Matus, "parte da paisagem", ou seja, algo que se aceita como imutável.

O mais desafiador será lidar com as emergências sem esquecer de construir a cidade do futuro, e, para isso, vai ser fundamental olhar com especial atenção para as escolas.

Organizar uma volta às aulas segura, que recupere as aprendizagens perdidas, e, ao mesmo tempo, estruturar uma educação para o século em que vivemos serão certamente as partes mais importantes do seu legado.

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