Claudio Bernardes

Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário

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A utilização de robôs em áreas urbanas

Até então usadas apenas na indústria, máquinas começam a encontrar espaço nas cidades

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Os robôs, até então bastante utilizados pela indústria, começam a fazer parte do espaço urbano, gerando novas perspectivas para o enfrentamento dos desafios que emergem nas cidades modernas. Esses seres tecnológicos e complexos começam a encontrar espaço nas cidades, mas ainda é muito cedo para prever com exatidão de que forma, e até que limites, eles serão integrados à sociedade e à vida urbana.

A tecnologia não é estranha para as cidades e é usada para projetá-las, construi-las e administrá-las. Contudo, perceberemos com mais clareza como robôs os equipamentos mecânico-eletrônicos estruturados como entidades espaciais capazes de captar sensações, manipular o ambiente, interagir com os cidadãos e até mesmo se movimentar pelos espaços urbanos.

Na busca pelas melhores soluções e alternativas, os robôs urbanos estão sendo introduzidos em projetos e iniciativas de pesquisa.

Por exemplo, o projeto Robô Urbano Interativo (IURO) apresenta um robô que circula autonomamente pelo centro da cidade de Munique, na Alemanha, e promove interação com pedestres, dos quais recolhe informações. O Centro Europeu de Coordenação para o Desenvolvimento de Robótica Aberta criou robôs especializados na inspeção de tubulações subterrâneas. O Laboratório de Robótica Urbana do Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia criou uma divisão especial para combinar a robótica com aplicações de engenharia civil e ambiental.

De qualquer forma, para obter melhores resultados, a interação dos robôs com os espaços urbanos deverá ser natural e intuitiva; mas, ao mesmo tempo, capaz de integrar e manipular todas as informações obtidas de múltiplas fontes, como sensores, câmeras e, principalmente, gestos e comunicações verbais dos seres humanos.

Ficam, entretanto, na nossa imaginação os robôs humanóides, com tamanho e peso semelhantes aos seres humanos. Assim sendo, quando falamos em interação com os espaços urbanos, eles teriam a vantagem de poder usar as estruturas projetadas para as pessoas. Caso contrário, a ambiência das cidades pode se tornar incapacitante para essas máquinas. Necessitamos não só de encontrar espaços adequados para os robôs, mas projetar adequadamente os espaços que proporcionarão nossa integração com eles.

Surge, portanto, a questão: devemos construir cidades para os robôs ou construir robôs para as cidades? A resposta provavelmente estará em uma abordagem mista, onde o ambiente urbano seja construído para permitir aplicações robóticas, mas ao mesmo tempo estruturado com espaços que permitam avanços na qualidade de vida das pessoas.

Seguramente, não haverá uma mudança repentina nos espaços urbanos, mas uma evolução gradual, com a introdução paulatina de sistemas robóticos. Porém, está bastante claro que os robôs podem permitir novas formas de produção e de projetos da paisagem urbana. Assim, o sistema robótico deve se tornar parte do ambiente construído. Certamente, esses desenvolvimentos terão impacto nos espaços urbanos e moldarão a vida dos moradores da cidade.

Estamos falando em processos com alto custo de desenvolvimento e implantação. Portanto, devemos envidar todos os esforços necessários para que tenhamos uma robótica urbana responsável, garantindo a fruição por todos dos benefícios decorrentes, e não somente por aqueles com maior poder aquisitivo.

No campo da robótica, é importante não apenas projetar e implementar robôs para aspectos específicos da vida urbana, mas também compreender como a inovação em alguns setores pode afetar o desenvolvimento de outros e, assim, contribuir com um ciclo positivo para a melhoria da operação nas cidades.

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