Claudio Bernardes

Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário

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O uso de biossensores para monitoramento de pandemias

Ferramenta por ajudar na democratização do diagnóstico de doenças infecciosas

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A biossegurança global está em risco, em função do rápido e descontrolado espalhamento de doenças infecciosas nas áreas urbanas.

Como consequência da desafortunada experiência mundial com a Covid-19, deve ocorrer uma significativa evolução nos modelos de detecção, monitoramento e controle do espraiamento de pandemias.

Os biossensores podem ser importantes aliados nessa extenuante luta contra os vírus.

Nas últimas décadas, os biossensores consolidaram seu impacto em vários campos, incluindo aplicações clínicas, devido às vantagens como alta seletividade e sensibilidade, potencial para miniaturização, portabilidade, baixo custo e resposta rápida.

Avanços recentes na descoberta de biomarcadores e biotecnologia esclarecem, agora, as nuances de muitos processos biológicos na área da saúde.

Isso é especialmente importante no caso de doenças infecciosas, já que o número de mortes previstas permanece alto, com ameaças de epidemias e pandemias, doenças emergentes e reemergentes. Portanto, a disponibilidade de métodos robustos para detecção de vírus é crucial.

Vigilância e diagnóstico de doenças infecciosas são componentes fundamentais do serviço público de saúde.

Um sistema de detecção adequado é uma etapa essencial para ajudar a eliminar ou minimizar a propagação de um surto viral, antes que as repercussões humanas, ambientais e econômicas tornem-se devastadoras.

Pesquisadores do ETH Zurich e Hospital Universitário de Zurique, na Suíça, desenvolveram um sensor com potencial para identificar no ar o SARS-CoV-2 –novo coronavírus que causa a Covid-19.

O sensor mostrou que pode, também, de forma confiável, identificar o primeiro vírus SARS-CoV, responsável pela pandemia de SARS em 2003.

O biossensor combina os efeitos de um sensor óptico e térmico. Ele é construído sobre nanoilhas de ouro, que são estruturas minúsculas de ouro dispostas em um substrato de vidro.

Os receptores do sensor formam uma sequência complementar ao DNA do vírus, e que podem identificá-lo com segurança.

Embora ainda sejam necessários mais testes para que esses sensores sejam utilizados no mundo real, os pesquisadores não acreditam que esses sistemas substituam os testes laboratoriais tradicionais.

Contudo, podem ser aproveitados como métodos alternativos para o diagnóstico clínico e para medir as concentrações virais em locais movimentados, como hospitais, estações de trem ou espaços públicos de grande concentração humana.

O desenvolvimento de novas tecnologias, como microfluídica e nanotecnologia, juntamente com a descoberta de novos biomarcadores, deve melhorar a eficácia dos biossensores.

No caso de doenças infecciosas, com potencial de transmissão e ocorrência de surtos com alto potencial de letalidade, principalmente nas áreas urbanas, é fundamental a disponibilidade de métodos robustos de detecção e diagnóstico.

Os biossensores também são importantes na democratização do diagnóstico. Atualmente, muitos métodos disponíveis são inacessíveis para uma parte significativa da população, porque são caros, centralizados e requerem técnicos especializados para operação.

Portanto, potencial de redução de custos, portabilidade e simplicidade são características extremamente relevantes para as novas tecnologias.

Esses sensores biológicos podem ser parte integrante da vida moderna e monitorar os ambientes urbanos, detectando e acompanhando, de forma bastante precisa, o caminhamento dos mais diversos tipos de vírus.

Essas informações utilizadas por algoritmos adequados nos permitirão monitorar os riscos de propagação, prevendo locais e momentos de ressurgências de doenças infecciosas, trazendo, portanto, mais segurança para os moradores das cidades.

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