Cristina Serra

Paraense, jornalista e escritora. É autora de "Tragédia em Mariana - A História do Maior Desastre Ambiental do Brasil". Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense.

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Descrição de chapéu clima chuva

O planeta dos extremos

Momento nos cobra duas imensas responsabilidades: proteger nosso futuro e lutar pela democracia

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O Painel Intergovernamental de Mudança do Clima da ONU (IPCC) reforçou de modo contundente os alertas que vem fazendo sobre o efeito das atividades humanas no desequilíbrio climático. O novo estudo é um apelo à ação antes que as oportunidades de evitar a catástrofe sejam desperdiçadas.

A omissão nos custará caro. Vamos viver (?) no planeta dos extremos: aumentos de temperatura, ondas de calor, tempestades, enchentes. Aquecimento dos oceanos, derretimento das geleiras, elevação do nível do mar. Secas, incêndios, perda de colheitas. Fome, guerras pela água, refugiados do clima. Um mundo hostil e inimigo da vida humana.

Como sempre, pobres e nações menos desenvolvidas sofrerão os impactos antes e com mais intensidade. Mas a conta chegará também para os ricos. O planeta é um só. Assento nas espaçonaves de Jeff Bezos ou de Richard Branson? Colônias na Lua? Vã ilusão. A vida é aqui e agora.

Sem os governos mais influentes e as empresas mais poderosas nenhum acordo para redução das emissões de carbono será realidade. É preciso mudar a chave da economia global, baseada na queima de combustíveis fósseis. Mudanças de tal envergadura requerem visão de longo prazo e compromisso humanitário. Governos e corporações estão à altura?

E onde entramos nós, brasileiros, em processo de involução civilizatória? Há décadas o país vinha articulando esforços colaborativos para superar a falsa dicotomia entre desenvolvimento e proteção ambiental. Marco importante foi a Política Nacional do Meio Ambiente (que completa 40 anos), comando legal fortalecido pela Constituição de 1988.

Rio 92, Rio+20 e todas as outras conferências do clima em que o Brasil foi voz ativa firmaram nossas obrigações perante o mundo. O atual governo representa uma ruptura nessa rota. Mas voltaremos a ela, porque o Brasil é maior e melhor. O momento histórico nos cobra duas imensas responsabilidades: proteger nosso futuro como espécie e lutar pela nossa democracia.

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