Cristina Serra

Paraense, jornalista e escritora. É autora de "Tragédia em Mariana - A História do Maior Desastre Ambiental do Brasil". Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense.

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Cristina Serra

Com esperança, Feliz Ano-Novo!

Com os olhos na alvorada de 2023.

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Escrevo este texto enquanto cai uma tempestade lá fora e penso nos mortos e desabrigados na Bahia e em Minas Gerais, consequência de uma combinação tão antiga quanto letal no Brasil: fenômenos climáticos, desigualdade social e agressões à natureza.

Não é a chuva em si que castiga os mais pobres, mas a falta de moradia segura e a ocupação de áreas de risco, provocada em grande parte pela especulação imobiliária e pelo poder público omisso e/ou conivente.

A morte e o padecimento de brasileiros, seja nas enchentes, seja na pandemia, seja por causa da fome, são o retrato do país governado por um presidente dado à vadiagem e ao sadismo, que faz questão de exibir seu "e daí?" enquanto tantos sofrem.

Lembro do que escrevi neste espaço em primeiro de janeiro de 2020. Fui sincera quando disse aos leitores que não conseguia acreditar em um feliz ano novo, considerando o que Bolsonaro já havia feito em 2019.

Veio 2020 e a parceria entre o vírus e o genocida. Minhas expectativas foram superadas da pior maneira possível. Mais uma vez, fiquei devendo os votos de feliz ano novo para 2021. O título daquela coluna, "Feliz Ano Velho", resumia a repetição dos meus temores, todos confirmados com o golpismo do 7 de Setembro e a tenebrosa associação entre pandemia, corrupção e crimes contra a humanidade, revelados na CPI da Covid.

Será que consigo desejar um feliz 2022? O ano que começa será uma travessia tormentosa e duríssima. Bolsonaro sequestrou o país para sua agenda de morte, caos e desespero e se prepara para uma guerra de terra arrasada. O Brasil terá que ser reerguido a partir de ruína e escombros.

Por isso mesmo, a reconstrução não pode esperar 2023. Ela começa agora, com a urgência de garantir um caminho seguro até as urnas e a chance de resgatar a promessa de país que fomos um dia. É essa esperança vital que me faz desejar, com convicção, Feliz Ano-Novo em 2022 com os olhos na alvorada de 2023.

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