Dora Kramer

Jornalista e comentarista de política

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Descrição de chapéu Governo Lula

A direita se move

Em compasso de espera, esquerda e centro perdem terreno eleitoral para a direita

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As duas últimas eleições presidenciais mostraram que quem se movimenta com antecedência tem a preferência na disputa. Evidenciaram também que quem prefere dar tempo ao tempo e se entrega ao sabor das circunstâncias fica no ora veja, a reboque dos navios inimigos.

Aconteceu, e de novo acontece, com o centro aqui entendido como as forças que não se alinham a Luiz Inácio da Silva nem a Jair Bolsonaro. Essas ocupam o inexistente espaço do vácuo. A esquerda agora parece ir para o perigoso caminho do compasso de espera, no aguardo das decisões de Lula e, consequentemente, do rumo do governo.

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O governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e Jair Bolsonaro durante manifestação em apoio ao ex-presidente na avenida Paulista, em São Paulo - Danilo Verpa/Folhapress - Folhapress

Enquanto isso, a direita se move, e não é na direção do extremo. Nenhum dos governadores que aparecem nas pesquisas com altas avaliações positivas das respectivas administrações (São Paulo, Goiás, Minas e Paraná) tem o comportamento de ruptura debochada.

Fazem gestos de apreço, se posicionam no campo ideológico do eleitorado do ex-presidente, adotam a linguagem aceita por valores da maioria sem esticar a corda para o lado dos absurdos bolsonaristas. Querem herdar votos, mas desejam ampliar o espectro da conquista ao centro.

Até o apoio é medido para ser comedido. Tarcísio de Freitas (SP), do Republicanos, e Ronaldo Caiado (GO), do União Brasil, que estiveram no ato da avenida Paulista, marcaram ausência na manifestação de Copacabana.

Apresentam-se desde já ao eleitorado para voos mais altos, Caiado para 2026 e Tarcísio para 2030, tomando o cuidado de não incorrerem no equívoco de acirrar ânimos administrativos com o governo federal. Pega mal na população e desqualifica o discurso contra a radicalização que adotaram para marcar prudente distância de Bolsonaro.

O campo adversário por ora tapa o sol com a peneira no lugar de arregaçar as mangas e ajustar as agendas ao que diz recente pesquisa do Ipec: 69% dos brasileiros se declaram de centro (28%) ou de direita (41%); apenas 18% se dizem de esquerda.

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