Cristina Serra

Paraense, jornalista e escritora. É autora de "Tragédia em Mariana - A História do Maior Desastre Ambiental do Brasil". Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Cristina Serra

Tire o oxigênio de Bolsonaro

Tire o que ele negou a tantos brasileiros em seus derradeiros sopros de vida

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Neste domingo temos a chance de fechar o ciclo maldito iniciado em 1964 e que se renovou em 2016. No golpe contra Dilma, na Câmara, o voto-vômito de Bolsonaro, na fúria daquele abril, assinalou o triunfo do padrão golpista, que nos rebaixa como país desde a fundação da República.

No Brasil do século 21 não dá mais para tolerar militares que se acham tutores do poder civil, que se sentem à vontade para ameaçar eleições, para elogiar um regime que matou, torturou e roubou utopias e a brisa das liberdades por 21 anos.

A derrota de Bolsonaro, de sua indigência moral e mental e de seu gangsterismo fascistóide, tem que ser, também, a volta definitiva dos fardados aos quartéis. Para que nunca mais seja profanado o plenário onde Ulysses Guimarães, em 1988, mirou o futuro: "Traidor da Constituição é traidor da pátria. (...) Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo".

No desdobramento do golpe, Lula foi impedido de disputar a Presidência em 2018 por uma farsa político-policial, jurídico-midiática e também militar. Sua candidatura reata o fio rompido da história. Seu próximo mandato (se as pesquisas estiverem certas) apontará a saída do inferno.

Será um governo de transição. O apego à Constituição é a rota para a travessia em mar bravio. De novo, Ulysses: "Não é a Constituição perfeita, mas será útil, pioneira, desbravadora, será luz, ainda que de lamparina, na noite dos desgraçados".

Temos um encontro marcado com os ventos da esperança. Nosso voto deve honrar os 700 mil brasileiros que se foram. Muitos, eleitores que não irão às urnas porque foram assassinados. O governo Bolsonaro respira com a ajuda de aparelhos. Desligue-os agora, já.

Tire o oxigênio que ele negou a tantos brasileiros em seus derradeiros sopros de vida. Corte o ar do qual ele depende para passar ao segundo turno, quando espera poder virar o jogo, com suas falanges infladas de cólera. Mate o governo Bolsonaro com a arma mais poderosa de todas: o voto.

Bolsonaro e intéprete imitam pessoa com falta de ar
Na fase mais grave da pandemia, Bolsonaro imita pessoa com falta de ar - Reprodução

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.